A Sociedade Medieval Portuguesa torna-se “uma Bíblia”. Ninguém discorreu sobre as funções e os ritmos de trabalho do homem medieval, sobre as suas condições de habitabilidade, higiene ou saúde, sobre as suas manifestações exteriores de vestuário e mesa, sobre os seus afectos e crenças, sobre os seus valores culturais ou distracções ou sobre os seus modos de encarar a morte, sem recorrer a essa obra fundamental. E nela sempre encontrou - o que é marca identitária do seu autor em toda a sua produção científica - uma clara e sistemática exposição de cada tema, apresentada com clareza e objectividade, suportada por um vocabulário técnico-científico explicitado, e baseado numa ampla e sistemática investigação de fontes, sempre abonadas e em pleno identificadas. E quando as temáticas da vida quotidiana, da convivialidade, dos sentimentos e da religiosidade entraram no circuito do ensinar e aprender, tanto no ensino universitário como nos demais graus de ensino, então este livro foi lido e relido, tornando-se obra de consulta obrigatória. Nas suas palavras e ilustrações se basearam, de facto, muitos docentes e discentes para reconstruírem, no hoje, os tempos de ontem, vestindo personagens, encenando feiras, festas, jogos, torneios e teatros medievais, ou fazendo desfilar embaixadas ou entradas régias.
História / Sociologia