Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (1825-1890) foi o maior nome da literatura ultra-romântica portuguesa. Entre as suas 137 obras conhecidas, Amor de perdição é considerada sua obra-prima e um dos romances mais populares da língua portuguesa. Boêmio emérito, sua vida desregrada foi dominada por paixões avassaladoras que acabaram por levá-lo ao cárcere por ter assumido uma relação com uma mulher casada. Um ano e meio depois saiu da prisão doente e, em pouco tempo, estava cego. Quase três décadas mais tarde, desesperado pela doença e pelos revezes da vida, construiu um fim digno de sua personalidade ultra-romântica: suicidou-se com um tiro no ouvido.
Amor de perdição tem traços shakespearianos: as nobres famílias Botelho e Albuquerque vêem o ódio mútuo ameaçado pelo amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Simão – o herói romântico, cujos erros passados são redimidos pelo amor –, Teresa – a heroína firme e resoluta em seu sentimento de devoção ao amado – e Mariana -, a mais romântica das personagens, tendo em vista a abnegação, representam a dimensão amorosa, o sentimento da paixão, ao qual se opõe o mundo exterior, a sociedade com sua hipocrisia.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance