As garotas da fábrica demonstra como o movimento da população rural para as cidades tem alterado o rumo de trajetórias individuais, o destino de famílias, e tem transformado a sociedade chinesa, tal qual a imigração para o território americano reformulou a economia mundial um século atrás.
Leslie Chang trabalhou três anos para retratar essa realidade por meio da trajetória de duas jovens que buscavam ascensão social nas linhas de montagem das fábricas de Dongguan, no sul do país. O resultado é uma exposição inédita do universo dos migrantes: das gigantescas fábricas - que possuem cinema, hospital e Corpo de Bombeiros próprios - aos bares de caraoquê que funcionam como fachadas para a prostituição.
A autora investiga como se desenvolvem as relações pessoais, profissionais e as estratégias de ascensão, que incluem cursos de inglês, ministrados como treinamentos militares, com resultados duvidosos; a indústria da autoajuda, as aulas de aperfeiçoamento social, e a realidade dos vilarejos rurais, cuja pobreza e inatividade levam os mais jovens para longe de casa. Um livro sobre o mundo globalizado que expõe a realidade de uma das maiores economias do mundo.