Apesar do comodismo já ser um velho companheiro, Bruno sabia que deveria estar feliz e realizado com a vida que levava. Afinal, vivia um bom momento em sua carreira profissional, tinha um relacionamento de anos com um homem que jurava ser o certo, uma família bem estruturada e os melhores amigos que alguém poderia ter. Pelo que mais poderia ansiar?
Era nisso que ele queria se apegar. Entretanto, em uma noite qualquer, seu castelo de areia desmoronou, e Bruno finalmente percebeu as rachaduras expostas. Talvez seu trabalho não estivesse tão bom quanto deveria. Talvez sua vida não estivesse tão nos eixos como gostaria. E talvez seu relacionamento não estivesse indo tão bem quanto ele imaginava. A chave virou completamente quando James, seu namorado, lhe fez aquela proposta: chamar uma terceira pessoa para apimentar a relação que, de acordo com ele, "não estava indo tão bem assim". Bruno relutou e achou aquela ideia absurda, mas até que ponto era necessário ceder? O quanto precisamos aceitar de um relacionamento para que ele se mantenha firme? Qual seria o preço que Bruno estava disposto a pagar quando se anulou, mais uma vez, para atender aos caprichos de James? Até onde podemos e devemos ir em nome do amor? Se é que é amor…
Bruno sabia que aquela era uma má ideia e que provavelmente seria a sua ruína, mas não soube dizer "não". Razão e emoção conflitavam diretamente em seu campo de guerra. E, quando Henrique, um homem incrivelmente tentador, apareceu na porta da sua casa no dia e horário marcado, ele soube que sua vida iria virar de ponta-cabeça. Ele só não sabia que aquele acontecimento isolado mudaria completamente o rumo de sua história.
Nessa alcova, quem seria a raposa e quem se revelaria leão?
James não sabia que o tiro sairia pela culatra, e Bruno não sabia o preço que pagaria por ter aceitado aquela proposta, mas, involuntariamente, quis pagar pra ver.
“Henrique é como pó.
Viciante, entorpecente e destrutivo...
E eu só penso em quando vou cheirar de novo.”