A democracia brasileira, instável desde suas origens, revelou-se bastante frágil com o avanço da extrema direita. Por quê? E por que o avanço da extrema direita foi tão avassalador no Brasil? Como se enraizou tão profunda e rapidamente em todas as classes sociais? De que modo encontrou seu ponto de fuga numa figura da desestatura de Jair Messias Bolsonaro? E como foi que a parcela mais radicalizada de sua militância adotou o comportamento fanático típico das seitas religiosas?
Não há resposta fácil, pois essas perguntas resumem o que há de mais sombrio na formação social brasileira. Uma resposta possível para João Cezar de Castro Rocha: escrever como uma tentativa de compreensão dos impasses contemporâneos.
Com uma análise das estratégias discursivas da extrema direita, com ênfase para a caracterização da retórica do ódio, este livro é o primeiro de uma trilogia que busca propor hipóteses que talvez ajudem a atravessar a selva selvagem na qual nos encontramos. Dois outros estão a caminho: Retórica do ódio: a pedagogia da desumanização do outro será o próximo; o último, Dissonância cognitiva coletiva: midiosfera extremista e metaverso.
Bolsonarismo: da guerra cultural ao terrorismo doméstico reúne entrevistas e artigos saídos na imprensa – editados e revistos, a fim de evitar a redundância e de assegurar a unidade do livro –, além de textos inéditos que os complementam.
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