Talvez você, tanto quanto eu, já tenha tido a forte sensação de habitar em um pais que se insere em um mundo paralelo, onde o discurso e a prática não encontram consonância.
No espectro da Segurança Pública, a distonia entre o que é realidade e o que é teoria emerge com força total.
Apesar de estarmos imersos em altissimos indices de criminalidade, permeados por muita impunida de e criminosos cada vez mais violentos, os nossos "especialistas" reverberam que o prender não resolve e que a descriminalização de quase tudo é a solução.
Entre a teoria utópica e a dura realidade do dia a dia de quem sofre com as consequências da criminalidade, a nossa opção, enquanto nação, parece ter sido fazer com que a segunda, mesmo que "a fórceps", caiba na primeira.
Diante desse tamanho quadro de incoerência, que de tão absurdo parece ser normal, Silvio Munhoz, ao longo dos últimos anos, com os seus textos precisos e argutos, busca mostrar, ponto a ponto, as incongruências do discurso laxista penal. O leitor, que por acaso tenha assistido ao filme Matrix, já ao ler os primeiros textos do autor, sentir-se-á remetido à famosa cena do filme, onde Morpheus, interpretado por Laurence Fishburne, oferece a Neo, interpretado por Keanu Reeves, duas pílulas, a vermelha que o levará a descobrir a verdade e a azul que o manterá em um estado perpétuo de ignorância.
Posso garantir para vocês, o presente livro é a pílula vermelha de Matrix.
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