Tida como uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, Rachel de Queiroz estreou na literatura antes de completar 20 anos e modificou definitivamente os rumos da prosa regionalista brasileira.
Em seu terceiro romance, a cearense permitiu que os personagens assumissem a linha de frente da narrativa. E muitos estudiosos consideram o livro como a mais conscientemente engajada obra de toda a sua duradoura carreira, plena de um "socialismo libertário" que poucas vezes voltaria a aparecer em seus textos. Através de uma linguagem enxuta, a autora consegue transportar esse complexo universo partidário para uma cama de casal.
O romance valoriza as características psicológicas dos personagens, contando a história da paixão proibida entre Roberto e Noemi -esposa do ex-comunista João Jaques e mãe de um menino de colo identificado apenas como Guri. Por trás de tudo há um retrato da luta social daqueles anos, contendo denuncias ao Integralismo e ao autoritarismo do Estado Novo de Getúlio Vargas.
Literatura Brasileira