A perspectiva de um colapso ambiental vem sendo evidenciada pelas ciências e pelas humanidades desde os anos 1960. Hoje, ela impõe sua urgência. Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU, adverte incessantemente: “se nada for feito, o colapso dos serviços prestados pelos ecossistemas é uma clara possibilidade”. Esse colapso difere dos das civilizações passadas por não ser nem local, nem apenas civilizacional. Ele é global e ocorre no nível mais amplo da biosfera, da qual as sociedades humanas dependem existencialmente. Evitar a falência das estruturas de sustentação dos ecossistemas, voltar a “caber” na biosfera, isso só será possível se desmontarmos a engrenagem socioeconômica expansiva que moldou nossas sociedades desde o século XVI. A sociedade futura será pós-capitalista ou não será uma sociedade complexa, e mesmo talvez, deve-se temer, sociedade alguma. Alargar esse consenso nascente foi o que motivou este livro.
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