"Ninguém vive verdadeiramente se não cai sob uma forma ou outra de sedução. De fato, os homens permanecem o mais das vezes ali onde a espécie os coloca: no anonimato da vida (no "cardume dos arenques", de que fala o filósofo dinamarquês), ali onde se vive segundo a regra de todos. Ali nos instalamos todos do momento em que vimos ao mundo e permanecemos ali, a maioria de nós, até o final. O mais das vezes ninguém vem se-duzir-nos, tomar-nos a mão, tirar-nos do caminho largo da vida e " conduzir-nos à parte", àquela em que nos dá a oportunidade de nos reencontrarmos com a nossa vida vivida como destino, o que significa: vivida por contra própria. A primeira conclusão deste estudo é: ai dos que não conseguiram nunca ser seduzidos! E se é assim, aparece imediatamente a pergunta: onde estão nossos sedutores?" (Gabriel Liiceanu).