No livro, Avellar analisa vários personagens, com atenção especial para Antônio das Mortes, que além de fazer parte de Deus e o diabo, aparece também em outro filme do diretor, O dragão da maldade contra o santo guerreiro. "Através desse personagem Glauber identifica a situação da sociedade brasileira naquele momento. Antônio das Mortes representa o cidadão de classe média, o grupo indeciso entre aderir às reformas de base ou ao regime militar. O que de fato aconteceu em 64, logo após o golpe." Outro aspecto singular do livro é o paralelo traçado por Avellar entre desenhos de Glauber Rocha e sua direção. "O Glauber desenhava muito, procuro comparar seus desenhos com sua câmera. A câmera em Deus e o diabo quase desenha no espaço. Os desenhos de Glauber são traços contínuos que correm no papel, e sua câmera quase que se movimenta com igual liberdade, riscando o papel, fazendo um desenho abstrato no meio da cena", observa o crítico.