Este trabalho de Moacir Gadotti é rico de idéias ao mesmo tempo em que é uma terna e corajosa declaração de amor, não só aos filhos mas à família, faz aflorar, nas entrelinhas, um dos conflitos mais pungentes no qual se debatem hoje os intelectuais comprometidos com o processo de transformação social: a possibilidade de se unir o amor que se sente pelo filho ao amor pela coletividade das crianças. O reconhecimento desta contradição é fundamental para o redimensionamento da vida do homem moderno e particularmente do intelectual que assiste perplexo à fragmentação do amor. O autor intui que o caminho é a dialética - unidade e oposição de contrários - aceita o conflito e vai buscar no educador clássico Rousseau apoio para a emoção da descoberta da paternidade responsável. O resultado é um livro pequeno, denso, rico de pistas muito relevantes a serem seguidas, extremamente polêmico.