'Germinal' é o nome do primeiro mês da primavera no calendário da Revolução Francesa. Ao usar essa palavra como título de seu livro, Zola associa as sementes das novas plantas à possibilidade de transformação social- por mais que se arranquem os brotos das mudanças, eles sempre voltarão a germinar. Um dos grandes romances do século XIX, expressão máxima do naturalismo literário, Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. É um espelho da realidade. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola pintou a vida política e social da época como nenhum outro escritor. Denunciou as péssimas condições de trabalho dos operários, a fome, a miséria, a promiscuidade, a falta de higiene. Mostrou, como jamais havia sido feito, que o ambiente social exerce efeitos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados. 'Germinal' é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo. É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo.
Literatura Estrangeira / Romance / História