A expressão "Historia Natural" remete-me ás vozes de conquistadores, clérigos e legatários que desenharam o mapa de territórios que não lhes pertenciam. No melhor dos casos, desde o legado da violência, suas minuciosas descrições nomearam um mundo de maravilha. História Natural da Ditadura, como tantos outros textos de Teixeira Coelho, tece uma simultaneidade de sentidos: a ditadura como estado natural; a natureza da ditadura; a inacabada e constante crônica da depravação e cumplicidade com a des/ordem e a repressão. Com a mesquinhez e a hipocrisia. Para alem do ensaio e da encenação do eu, suas paginas incitam a uma reflexão constante.