O utopismo sofre de um equívoco de imagem: muitas pessoas consideram utopistas e simpatizantes sonhadores imprudentes - para dizer o mínimo - e totalitaristas assassinos - em casos extremos. Contudo, como observa o historiador Russell Jacoby nesta surpreendente, polêmica e inovadora obra, o utopismo não só tem sido injustamente repudiado como o retorno de um espírito iconoclasta utópico é imprescindível para que a sociedade atual refloresça. Apoiando-se em nomes como Theodor Adorno, Walter Benjamin, Ernst Bloch, Gustav Landauer e outros pensadores, judeus na maioria, o autor nos mostra, em IMAGEM IMPERFEITA, que o utopismo iconoclasta é necessário para reviver a imaginação política da sociedade, hoje adormecida, e criar esperança em um futuro melhor. Jacoby escreve contra a corrente da história e reexamina a mentalidade antiutopista, mostrando como este tipo de pensamento passou a ser visto com tamanha desconfiança. O autor faz críticas pungentes a influentes teoristas liberais e antiutopistas, tais como Hanna Arendt, Isaiah Berlin e Karl Popper, discutindo como estes pensadores estavam equivocados ao confundir utopismo e totalitalismo. A reputação do pensamento utopista também sofreu com as omissões do que Jacoby chama de escola 'projetista', e sua ênfase opressiva em detalhar todos os aspectos da vida cotidiana e em criar imagens fantásticas de como seria o futuro. Por sua vez, os utopistas iconoclastas, que seguem a proibição do Antigo Testamento às imagens, resistem à obsessão dos projetistas no que diz respeito aos detalhes e ao apego às aparências; eles 'oferecem um utopismo sem imagens entretecido com a paixão e o espírito'. Jacoby propõe que, bebendo nessa fonte, a sociedade se abra para perspectivas mais imaginativas do futuro.
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