Inteligência e Logos é o segundo volume da trilogia zubiriana sobre a intelecção humana, que representa, numa dimensão até agora inédita, temas e problemas fundamentais da teoria do conhecimento: a própria intelecção, o juízo, o conhecimento, a razão, o saber, a compreensão, a verdade, a ciência, etc. Não há dúvida de que o enfoque dado por Zubiri a estas questões é profundamente original e que as soluções propostas por ele terão forte impacto nas discussões filosóficas atuais e futuras. Inteligência e Logos é boa prova disso. Desde os tempos de Parmênides, a filosofia resolveu o problema das relações entre a inteligência e a realidade no ponto que constitui o tema central deste volume, o “logos”, cuja expressão mais clássica é o “juízo”. Zubiri opõe-se frontalmente a essa tradição, que segundo ele conduz a um logicismo formalista que desvirtua o papel da inteligência e impede o acesso à realidade. Afirmar que o logos é a estrutura fundamental da intelecção implica logificar a inteligência, ou seja, fazer dela uma faculdade puramente formal e conceptiva. O resultado disso é o conceptismo e o idealismo, os males seculares da filosofia. Em face disso, Zubiri afirma a preeminência da intelecção sobre o logos. A inteligência, como se expôs no volume anterior, apenas atualiza as coisas enquanto “reais”. O logos é um modo ulterior da intelecção que permite expressar o que tais coisas reais são “em realidade”. O desenvolvimento desta ideia central constitui o argumento do presente livro.