Como que saída da pena de Borges ou de Calvino, Jerusalém guarda muito de fantástico e imaginário em seus muros milenares. Mas a cidade toma contornos e significados próprios aos olhos de cada uma das três principais religiões do Ocidente - o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. E é sob o prisma dessa 'geografia sagrada' refletida de volta no mundo secular que os estudiosos tentam compreender seu sentido mais profundo. Num livro que abarca desde os primeiros vestígios de povoamento na região até o século XXI, Karen Armstrong narra a história de ocupações e intolerância - mas muitas vezes também de convivência pacífica - que forjou o destino da Cidade Santa, e procura mostrar como a aura mítica que Jerusalém adquire para judeus, cristãos e muçulmanos desafia a busca de uma solução meramente racional para os conflitos que marcam a região.