Aline 28/02/2016
Minha mae comprou este livro há +- 10 anos, depois de ver uma moça no metro segurando um exemplar, e hoje, finalmente, completo a leitura. Eu tinha muita curiosidade em entender o motivo dos conflitos que permeavam essa área, bem como fora dela. Esse livro não aborda os ataques de 11 de setembro, por uma questão óbvia (além do fato de o título ser restrito a Jerusalém), ele foi lançado, pelo menos no Brasil, no ano 2000.
Não foi com espanto que eu me deparei com as questões iniciais do livro, como por exemplo, a imigração dos hebreus à Terra Santa, Jerusalém, pois ela relembra que ali ao chegarem já habitavam, há muito tempo, povos pagãos, tornando os judeus também, meros detentores de uma terra já cultuada.
Judeus, cristãos e muçulmanos tomaram para si referências simbólicas com a finalidade de se ligar à Terra Santa. Assim, Sinagogas, Igrejas, Mesquitas e símbolos sagrados como o Muro da Lamentação, a tumba de David e a Pedra Negra, tornam-se fácil objetos a ser perpetuados como um pretexto de indexação à Jerusalém.
As sanguinárias cruzadas, as trocas de governantes e principalmente, a obra reforça os momentos nos quais alguns maometanos conseguiram viver em harmonia com judeus em um tempo distante, de forma a elucidar alguns pontos na história.
Pra longe das tenebrosas explicações que eu tive nas aulas de geografia, pude, por fim entender, de uma forma mais didática, a relevância do Yom Kippur, a guerra dos seis dias e futuramente, o produto final da primeira intifada, além de anterior explicação sobre o sionismo, um sentimento nacional que cresceu em alguns judeus com leves toques de referência ao socialismo de Marx e Engels.
Mesmo que Karen Armstrong tenha sido uma freira, seus antigos sentimentos cristãos não refletem na obra, tornando a escritora uma autora que consegue "ver de longe o objeto". Suas conclusões condizem com suas palestras, a religião tem que conseguir expor ao indivíduo que ele serve como um catalisador da paz e não ser o objeto primeiro a se desvincular do pretendido.