Limite dá prosseguimento a uma indagação sobre a mímesis que se iniciara em 1980. À pergunta por que tão longo questionamento poder-se-ia responder porque a pergunta tem sido calada desde a Poética de Aristóteles. Mais precisamente, porque tem-se-lhe respondido com variantes para a imitatio de Horácio. Mas como a página pode ser virada senão a revolvendo em múltiplas direções? Eis o que o autor continua a fazer em Limite. Na verdade, seria mais correto dizer que não será uma sacudidela efetuada por um só autor que estará próxima de uma resposta satisfatória. Isso porque o questionamento que aqui se efetiva se destina a abrir um périplo, cuja extensão não se deixa prever. O leitor então se prepare para ser parte de um percurso que nele não se encerrará. Não se estranha por isso que a pergunta tanto se encaminhe para trás, i.e., na abordagem de sucursais da imitatio, quanto para frente, na aproximação da velha mímesis com a compreensão da poética de vanguarda, tal como empreendida entre nós pela poesia concreta. A tematização para trás é mostrada pelos capítulos 3 e 4; a aproximação com a abordagem vanguardista permeia todo o livro.
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