Aos fios dos séculos, as amantes reais já foram idolatradas, temidas, invejadas e difamadas. Ditaram modas, patrocinaram as artes e, em alguns casos, governaram nações. Sexo com Reis, de Eleanor Herman, nos faz adentrar as salas do trono e os quartos de dormir dos mais poderosos monarcas da Europa. Com diários, cartas pessoais e despachos diplomáticos, a pesquisa meticulosa da autora revela a dinâmica do sexo e do poder, da rivalidade e da vingança nas brilhantes cortes da Europa. Relata quinhentos anos de mulheres deslumbrantes e dos reis que as amaram.
Curiosamente, a principal função das amantes reais não era proporcionar sexo ao monarca, mas sim companhia. Forçados a se casarem com princesas estrangeiras repulsivas, os reis buscavam consolo com mulheres que eles mesmos escolhiam. E que mulheres! De Madame de Pompadour, famosa amante de Luís XV que manteve seu posto por dezenove anos apesar de frígida, à contemporânea Camilla Parker-Bowles, que usurpou ninguém menos do que a glamorosa Diana, a Princesa de Gales.
A amante real bem-sucedida sabia se tornar indispensável. Dispunha-se a conversar alegremente com o rei mesmo quando estava cansada, a fazer amor a noite inteira mesmo quando doente, e a realizar todos os seus caprichos. Ocultando todo e qualquer desconforto com uma máscara de esplendoroso deleite, ela nunca estava exausta, nunca reclamava e nunca ficava triste.
É bem verdade que as recompensas financeiras pelos serviços prestados tinham proporções régias – algumas amantes reais chegaram a ganhar 200 milhões de dólares em títulos, pensões, joias e palácios. Alguns reis também permitiam que suas amantes exercessem um poder político ilimitado. Porém, apesar de toda essa grandiosidade, uma corte real era um ninho de escorpiões de insaciável ganância, ilimitada luxúria e cruel ambição. Centenas de belas damas almejavam destronar as amantes do rei. Muitas seriam alvo dos paus e pedras da opinião pública negativa, algumas teriam fins trágicos ou receberiam pensões compensatórias par dar lugar a mulheres mais jovens. Mas a amante do rei quase sempre ria por último, vivendo ricamente dos frutos de seus "pecados".
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