Neste livro, Claudio Katz, importante e reconhecido pesquisador marxista argentino, faz uma profunda reflexão em torno da Teoria da dependência. Ele resgata as raízes e o contexto de seu surgimento e analisa suas diversas e distintas abordagens passando pelas formulações nos marcos da Cepal, pela intepretação de Andre Gunder Frank e de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, mas se detendo principalmente na vertente marxista elaborada por Ruy Mauro Marini, Vânia Bambirra e Theotônio dos Santos.
Ao enfocar esta última, ele se propõe a um debate em torno das categorias desenvolvidas por esses autores nos anos 1970, como superexploração e subimperialismo, e das transformações pelas quais passou a realidade da Economia latino-americana e mundial nos últimos 50 anos.
Ele procura atualizar o debate retomando a teoria do valor, de Marx e Engels, a teoria do imperialismo, de Lenin, a acumulação de capital, de Rosa Luxemburgo, mas também se valendo dos desenvolvimentos teóricos mais recentes tal como desenvolvidos por Immanuel Wallerstein, Augustín Cueva e Samir Amin.
Teoria da dependência, 50 anos depois se inscreve nas criativas e fecundas polêmicas no interior do marxismo que tem como objetivo levar a cabo a tarefa, proposta por Marx em sua tese 11 sobre Feuerbach, de para além de interpretar a realidade, transformá-la.
Trecho do livro:
Reintegrar a teoria do valor à explicação da dependência […] é vital para desvendar o esqueleto oculto do capitalismo atual. Não existe uma mão invisível que guie os mercados, nem uma instituição estatal sábia que conduza a economia. A base do sistema é uma competição por lucros decorrentes da exploração, que multiplica o lucro das minorias e o sofrimento das maiorias. A mesma indignação e rebeldia que no passado impulsionou o estudo do subdesenvolvimento orienta sua pesquisa atual.
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