Entre 1948 e 1994, a África do Sul viveu um dos grandes dramas internacionais: a institucionalização do apartheid, uma forma odiosa de discriminação racial praticada por uma minoria contra a grande maioria de sua população. O presente trabalho, apresentado no XXVI Curso de Altos Estudos (1993), reconstitui a cena histórica em que esse sistema de governo se desenvolveu, em contraposição à crescente condenação mundial a todas as formas de racismo e colonialismo. Apesar do progressivo isolamento a que o país do apartheid foi submetido, seu governo de minoria sobreviveu durante muito tempo graças à construção de insidiosas relações com países do Ocidente, ora justificadas pelos lucrativos negócios comerciais envolvidos, ora praticadas em nome da luta contra o avanço do comunismo internacional.
O Brasil também se interessou pelo desenvolvimento de relações comerciais com o país do apartheid. Aderiu ao coro internacional pelo desmantelamento pacífico de suas estruturas raciais, mas com ele também cooperou em nome da preservação de valores ideológicos do Ocidente, muito caros ao regime militar brasileiro entre 1964-1985.
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