Autodefinida como "rapsódia", a obra pinta esse tipo ao mesmo tempo estranho e familiar, Macunaíma, um "preto retinto filho do medo da noite", "criança feia" fruto de miscigenação com índio amazônico. Acompanharemos sua errante peregrinação, já em idade adulta, para recuperar um amuleto que lhe guarda um grande valor afetivo. As camadas de complexidade com que Mário de Andrade envolve seu pícaro protagonista - um tipo que não vai à cidade ansiando por um choque de modos cosmopolitas, mas para "buscar sarna para se coçar" -, tornam o livro uma espécie de acontecimento literário único, surpreendente, inclassificável.
Literatura Brasileira