Maldoror/Lautréamont/Ducasse é o maldito dos malditos... O poeta, se alguém de fato merece este título. Escritos que fogem até mesmo ao anormal. Loucura, razão extremada nas profundezas da inconsciência, abismos... Não há como passar por estes seis cantos, poesia em prosa, banhados em "As Flores do Mal", sem ser arremessado ao mais negro do ser humano. Nessas linhas à maldade, o ódio ao semelhante e ao seu Criador brota como semente fértil num delírio sob o sol. Desesperança...
Reza a lenda que Ducasse alternava seus escritos com o piano, vinho e tabaco. Sua influência é vista em J. K. Huysmans, Leon Bloy e Anatole France. Pai supremo dos surrealistas. Anunciador profético da verve maldita da cultura francesa do século XX ( André Bréton, Blaise Cendrars, Antonin Artaud, Georges Bataille, Jean Cocteau, Jean Genet...). Buñel narra que os surrealistas atacaram e destruíram um Bulevar nos anos 30 porque o seu dono resolveu batizá-lo de "Os Cantos de Maldoror", relacionando a "figura resplandecente de luz negra" (citação de André Breton) aos mortais e suas medíocres necessidades...
Seus escritos retornam ao nosso mundo, no inicio do século XX, atráves de nomes como: Octávio Paz, Georges Bataille e André Breton (autor do Manifesto Surrealista). No Brasil, sua introdução deve-se ao escritor Cláudio Willer, lançando, em 1970, a primeira edição tupiniquim, durante o centenário do lançamento original. Mas tarde, Willer lançaria "Obra Completa".
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