Criado desde cedo num regime de terror religioso, ele foi predestinado a ser um grande profeta. Cresceu e virou pastor, homem de fé, guia espiritual para as ovelhinhas carentes do Paraíso. Com a palavre dele, a verdade: "Nasci viado, amém!"
O pastor protagonista deste livro corrosivo e provocante viveu trinta anos envolto numa bolha de fé, angústia, ódio e mansidão.
Preso a relações amorosas e sexuais doentias, com homens e mulheres, e sufocado por uma mãe paranoica, ele se fez um homem dividido, perturbado e incontrolável em seus desejos proibidos.
Condenador e condenado. Mas uma desgraça aconteceu. Ele foi ultrajado por um soco do destino - ou seria de Deus? Uma ironia de todo o seu mundo de farsa. Seu corpo está minado, contaminado pelo pecado. Toda a sua história está ameaçada.
E eis que justamente neste momento, largado numa cama de hospital, ele pensa: "Uma história suja, mas não tão humana... Por que não contá-la?"
Vem então uma explosão potente de verdades indizíveis ao ouvido moralista, despejadas sob a forma de um diário suicida. Endereçado à mãe odiada e amada; aos amantes; à esposa enganada; às vidas alheias destruídas... Um aceno aos próprios sonhos, e à morte. O insuportável em nível absoluto - e fascinante.
Profundo, por vezes pejorativo. Uma narrativa surpreendente, que lança uma luz fortíssima - e ácida - no submundo da religião.
Uma estreia impressionante de um novíssimo e surpreendente autor brasileiro.
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