Eduarda Graciano do Nascimento 02/10/2018Pra avaliar em "mamilos" Um pastor à beira da morte resolve deixar registrada toda a sua vida, que dedicou desde cedo à Deus. No comando de uma próspera igreja, não só seus fiéis, como grande parte de seus amigos e familiares, ignora seu maior segredo: ele é homossexual.
Esse livro não devia nem ser avaliado em estrelas, mas em mamilos, de TÃO polêmico! Gustavo Magnani é um autor iniciante, idealizador do antigo site Literatortura e publicou esse livro bem jovem, aos 20 anos de idade.
Fiquei muito surpresa com as críticas negativas no Skoob e vi que aparentemente deixei passar alguns problemas de ordem cronológica e falhas no enredo. Falando nele – no enredo – gostei bastante da premissa. A ideia já gritava “polêmica” e o livro foi muito além do que eu imaginei.
Com uma linguagem que eu não chamo nem de obscena, mas de vulgar (que pecou um pouco pelo exagero), a história se desenrola de forma dinâmica e também bastante pesada. Isso mesmo: Ovelha não é para qualquer um. Ouso dizer que nunca li um romance tão deprimente! O personagem principal, que narra o tempo todo a história através de capítulos bem curtos, tem uma carga bastante negativa, o que para mim só enriquece o livro, já que estamos falando do relato de alguém que sempre foi infeliz e está à beira da morte.
Tenho certeza que só o título já deixa aquela sua tia evangélica de cabelos em pé e repreendendo sem parar. Além disso, tenho a impressão de que a linguagem chula e a denúncia de um “terrorismo religioso” que o personagem sofre, talvez causem o efeito contrário do que o autor quer passar. O último capítulo, sobretudo, é um soco na cara daqueles que se dizem defensores do amor ao próximo, do livre arbítrio e do não-julgamento. Talvez incomode se você for religioso. Com certeza incomoda se você for hipócrita.
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http://cafeidilico.com/blog/2018/10/resenha-do-livro-ovelha-memorias-de-um-pastor-gay-gustavo-magnani.html