Camboja, Sudeste da Ásia, 1975. A ditadura mais sanguinária do século, liderada pelo sádico Pol Pot, executa um plano totalmente insano: transformar o país num modelo comunista agrário, ainda que à custa do extermínio de milhares de pessoas. Um terço da população vai morrer neste período. Uma barbárie sem precedentes na história.
Um exército de jovens fanáticos se encarrega de esvaziar as cidades e levar populações inteiras para as áreas rurais, onde trabalharão como escravas e serão torturadas e mortas, se consideradas improdutivas.
“Não há benefício em manter você vivo, destruí-lo não resulta em perda!”, sussurram estes fanáticos nos ouvidos de suas vítimas – antes de matá-las.
É esse verdadeiro inferno que espera por Raami, uma sensível menina cambojana de sete anos. Ela, assim, como todos que vivem na capital Phnon Pehn, acaba de saber que o exército vermelho venceu. O povo, no entanto, não sabe como reagir diante da queda da monarquia, pois as razões da revolução ainda são obscuras.
Raami é uma garotinha frágil. Ela teve poliomielite e as sequelas limitam seus movimentos. Pior: Raami é filha do Príncipe Tigre, da realeza cambojana. Uma delicada princesinha cuja vida tem algo de mágico: seu mundo parece um jardim encantado, cercado de anjos.
Do paraíso dos palácios para o inferno do terror vermelho: os jovens soldados do Khmer Vermelho logo chegam à sua casa e levam todos para a escravidão dos campos.
Jogada numa realidade de violência, fome e incerteza, Raami se agarra aos vestígios felizes de sua infância, enquanto luta por uma improvável sobrevivência.
Fome, tortura, execuções brutais e epidemias devastadoras ameaçam a sanidade dos prisioneiros. Raami e sua família terão que reunir todas as suas forças para não sucumbirem ao desespero, nem se perderem uns dos outros para sempre.
Um relato impressionante, que comoveu a crítica em todo o mundo.
Ficção / Literatura Estrangeira