O traço comum nas histórias de O amor e outros objetos pontiagudos é que, em todas elas, alguma coisa parece estar chegando ao fim: lealdade, esperança, amizade – a vida, as vezes. E é a consciência de que algo se perdeu de forma irremediavel que move seus personagens.
O homem que só percebe que ama quando a mulher esta fora do seu alcance. O velho contrabandista obrigado a um confronto com os segredos de seu passado. Casais em sua partilha de males. Marginais e seus inúteis acertos de contas. Gente intíma do abismo o suficiente para ensinar – caso não estivesse tentando esquecer – que é sempre perigoso ficar próximo de quem não tem mais nada a perder. Acuados no mundo sombrio e devastado em que vivem, esses personagens, mais do que confrontar-se, buscam proterge-se com aquilo que têm à mão: ó ódio, o sexo, a vingança e até mesmo o amor – que, eles descobrem, pode ser a mais eficiente das armas quando se deseja ferir.
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