Esta obra-prima de Raul Pompeia tem uma das frases iniciais mais citadas da literatura brasileira: “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta”.
A vida de Sérgio, de apenas 11 anos, estava prestes a sofrer uma série de reviravoltas com sua entrada no Ateneu, o mais prestigiado colégio do Rio de Janeiro. Coragem era indispensável, claro, mas ele também precisaria de sagacidade para lidar com a hipocrisia que prevalecia no internato.
Escrito na primeira pessoa, é um dos mais belos romances de formação entre os publicados no Brasil no século 19. Acompanhamos Sérgio deixando a meninice para se tornar um adulto em meio às contradições e aos mistérios da alma humana.
Lançado em 1888, O Ateneu se mantém como uma obra do tempo presente porque retrata, com sensibilidade raras vezes vista, uma transição que todos nós, um dia, tivemos que enfrentar.
NAIEF HADDAD,
repórter especial da Folha
Literatura Brasileira