Depois de estrear na literatura com o livro de contos “Insolitudes” (2015), vencedor do Prêmio Ideal Clube de Literatura, e ter publicado na sequência dois romances, “Diário da casa arruinada” (2017) e “Doze dias” (2022), ambos também premiados, Tiago Feijó volta ao gênero de estreia com esta belíssima coletânea de textos curtos, pelos quais o autor busca estabelecer uma temática definida: a solidão, ou melhor, aquelas pequenas solidões às quais todos nós estamos sujeitos. Das “insolitudes” para as solitudes, o autor mantém a mesma acuidade na escrita, o mesmo cuidado na composição primorosa das frases e dos diálogos, a mesma preocupação em permear sua prosa com achados poéticos e sutis reflexões. Pelos contos enfeixados neste novo livro, um tênue fio vai costurando as histórias, enredando o leitor em várias tramas e texturas, nas quais os personagens, sejam pessoas ou animais, são marcados por algum tipo de isolamento, de perda ou incomunicabilidade. Em outras palavras, por suas solidões, pequenas solidões. Seja o que for, uma coisa é certa: quem se aventurar nesta obra estará em ótima companhia.