Breve inventário de pequenas solidões

Breve inventário de pequenas solidões Tiago Feijó




Resenhas - Breve inventário de pequenas solidões


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Diego Vertu @outro_livro_lido 15/11/2024

A solidão
Livro composto por 11 contos, onde o tema central de todos os contos é a solidão, somos apresentados a cenas cotidianas, personagens que buscam maneiras de enfrentar a solidão. Vamos de um pássaro preso a uma gaiola, passando por uma mulher que se preocupa com o sumiço de um vizinho, um homem que recebe um entregador de pizza, uma mulher que acolhe cachorros, uma moça que recorda seu pai já falecido entre outros contos muito bem escritos pelo autor.
Gostei demais da leitura, é impactante, emocionante e deixa o leitor bem reflexivo porque são cenas comuns, lembranças que qualquer um pode ter, na leitura tive várias lembranças de pessoas, da minha infância esse é o poder mágico da leitura e o autor conseguiu trazer esse sentimento.
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Greice Kelly 14/11/2024

Envolvente e poético!
Breve Inventário de Pequenas Solidões é uma coletânea de contos que explora o tema da solidão em suas diversas formas.

Composto por dez histórias curtas, o livro aborda tanto a solidão humana quanto a dos animais, conectando-as por um fio tênue de isolamento e perda.

Feijó, tem uma escrita precisa e poética, que nos prende e envolve, nos despertando muitas emoções, tocando em pontos sensíveis que nos fazem refletir a cada história lida. Cada conto apresenta personagens que enfrentam algum tipo de isolamento, seja físico ou emocional.

A obra é uma leitura envolvente e introspectiva, que convida o leitor a refletir sobre as pequenas solidões que permeiam a vida cotidiana. Se você gosta de leituras que combinam sensibilidade e profundidade, com certeza irá gostar desse livro.
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Bi Faria 11/10/2024

| Resenha
Que obra sensível e tocante em suas histórias e os vários sentimentos que carregamos ao longo da vida, como a perda e a solidão que pode durar instantes ou uma vida toda. Foi uma leitura carregada de significado, despertando momentos já vivenciados, uma identificação de emoções que viver pode trazer.

Esse foi o meu primeiro contato com a escrita do autor e a achei poética e realista no cotidiano, comoções que carregamos no interior. Os dez contos nos prendem aos seus diversos acontecimentos, família, luto, relações, meio ambiente, amor, sonhos, tudo o que nos transforma no nosso dia a dia.

O primeiro conto já me marcou profundamente, mostrando o quanto é difícil ser diferente aprendendo sobre uma nova realidade, a que não prende, o pequeno Beethoven já não sabe o que é ser livre.
Em "O condenado" a solidão é uma eterna prisão, a culpa aqui determina o restante da vida. "Nossos mortos" trouxe lembranças do meu vazio em meio à perda e a vida que continua, as lembranças sendo nossas aliadas, até mesmo em uma comida gostosa.
"A anônima Maria Auxiliadora de Jesus" mostra que as palavras podem nos guiar sem que a solidão faça morada, a importância de escrever e colocar sentimentos no papel.
O autor eterniza de forma profunda as suas palavras que trazem reflexões de momentos, partes e uma vida inteira. É sensível e delicado, trazendo um mix de sensações ao lado da solidão e da vida.

O autor com sua escrita fluida e delicada conquista com seus contos e o quanto eles mexem com o que vivemos, pois são carregados de sentimentos que permeiam a nossa existência.
A obra está disponível no Kindle Unlimited e vai fazer você olhar para a vida, nossa existência e seus detalhes de forma mais atenta.
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Amandasouzaautora 01/10/2024

? Breve inventário de pequenas solidões


?Num vagar de passos, o homem sai da casa e estaca no alpendre, encontra ali fora a tarde a esmorecer lentamente, um borrão alaranjado já pinta o céu acima do horizonte das matas, o vento quase frio faz arruaça com as folhas mortas no chão.

Um livro com uma escrita sensível e também muito profunda.
"Breve inventário de pequenas solidões" merece ser recomendado sem moderação, pois nele encontrará uma coletânea de textos que irá encantar sua alma.
Aqui irá compreender as solidões que em algum momento de nossas vidas já passamos, afinal todos passam.
Os contos são ligados por um fio tênue, que liga histórias variadas, onde personagens sejam eles pessoas ou animais são marcados por um tipo de isolamento, perda ou incomunicabilidade.

?? Achei muito emocionante, então já prepara os lencinhos por aí.
Sem contar que o autor tem uma escrita impecável que é impossível parar de ler.
O livro está disponível na Amazon e também pelo Kindle unlimited ? ?
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Vilela 29/09/2024

"Breve Inventário de Pequenas Solidões"
"Breve Inventário de Pequenas Solidões" é uma coletânea de contos que explora o tema da solidão. Composta por 10 histórias curtas, elas são distintas, mas conectadas por experiências de isolamento ou perda. Seja entre pessoas ou animais, o elo comum entre todos os personagens é a presença dessas pequenas solidões, que fazem parte da vida de todos nós.

A solidão, um sentimento muitas vezes relacionado à tristeza, vazio, isolamento ou luto, é o fio condutor da obra. Embora o livro seja breve, com apenas 81 páginas, ele provoca uma enxurrada de emoções, reflexões profundas e até aprendizados valiosos.

Ao longo dos contos, somos levados a refletir sobre temas como relações familiares, decisões equivocadas diante de situações inesperadas, o abandono de animais, o processo de luto e os amores impossíveis. A leitura é intensa e emocionante, fazendo com que cada história nos toque de maneira singular.

Este foi o meu primeiro encontro com a escrita do autor. A leitura é rápida, fluida e cativante. O autor aborda o tema da solidão, que pode ser delicado para muitos, com grande habilidade, transmitindo sua mensagem de forma leve e sutil ao leitor.
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Taize @viagemliteral 20/09/2024

Sabe aquele tipo de livro composto por contos e absolutamente TODOS mexem com a gente?
Bem, se ainda não leu algo assim, apresento-lhes "Breve Inventário de Pequenas Solidões".

Se me perguntassem qual o melhor conto, eu seria incapaz de responder, pois todos tiveram um significado grandioso para mim.

Nunca havia lido nenhuma obra do Tiago, e essa fora uma grata surpresa. Aqui vamos conhecer histórias que vão muito além da superfície, elas mergulham fundo em nossa alma, nos fazendo refletir sobre a solidão, mas não aquela solidão em que nos encontramos sozinhos, mas aquelas que dissecam, que arrebentam e arrancam lágrimas.

O autor aborda a solidão nas mais diversas formas: vida, mort3, liberdade e pr!são, pr!são da alma, do corpo e da mente. Lut0, d0r, m3do, aband0no.

Isolament0.

São as "pequenas grandes" solidões que acarretam pessoas, animais, o mundo de forma geral!

É um livro tão completo, contos tão profundos que chega a ser difícil expressar em palavras.

A escrita do autor é poética, sem divagações, ele vai direto ao ponto, e mesmo assim, cada conto permanece em nossos pensamentos como se fossem uma longa história, detalhada e visceral. É tudo muito gráfico e sensível.

Se você ainda não conhece o autor, indico de olhos fechados, ele coloca toda sua alma em suas histórias, bem como espelha a nossa história e de tantos outros ao nosso redor.
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Estantedamhy 06/09/2024

Resenha
Uma leitura profunda e impactante, capaz de mexer com o coração de qualquer um. O autor aborda temas como medo, luto, abandono, dor, culpa e desespero, trazendo sentimentos intensos.

Passagens do texto sobre o pássaro preso, a cadelinha abandonada, o filho que deixa o lar e o baú repleto de memórias foram especialmente marcantes para mim, momentos em que me emocionei profundamente.

Textos curtos, mas carregados de significado, deixa uma forte impressão , fazendo-nos refletir sobre a vida e as emoções que muitas vezes evitamos enfrentar.

A leitura é rápida, mas o impacto permanece por muito tempo.

Amei este e-book e quero poder tê-lo em formato físico será igualmente valioso.
Pois cada palavra nele merece ser apreciada em papel.

Meus parabéns ao autor por criar algo tão sensível e reflexivo. @tiago_feijos
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Beloti0 28/08/2024

Leitura necessária!
É um pouco difícil falar sobre esse livro, pois ele me tocou de diversas maneiras. Primeiro que é um livro de contos e fazia muito tempo que eu não lia uma coletânea assim.
Eu já tinha ouvido falar sobre ele em alguns posts que eu vi e o querido Tiago me convidou pra uma parceria com ele. Obrigada por isso!
Falando sobre o livro, o primeiro conto já me impactou, pois me fez pensar o quanto podemos mudar com o tempo e como nós nos adequamos, principalmente, às situações ruins. O conto trata muito sobre a liberdade e, às vezes, perdemos nossa liberdade e nos acostumamos com isso, ficando presos àquela nova realidade. Também mostra como nem sempre a solução que o outro tem para o nosso problema, é o que precisamos de fato, às vezes isso pode ser nossa ruína. Como diz o ditado, “cada um sabe onde aperta seu sapato”.
De cara, o livro já me pegou e eu demorei apenas algumas horas para terminá-lo, devido ao tanto que fiquei presa na escrita do Tiago. Totalmente fluida, tocando em assuntos profundos e que nos remetem a diversas reflexões. É interessante a profundidade que essa obra toma dentro da gente, o quanto nos faz ficar incomodados com algumas situações descritas e o quanto mexe com nossos sentimentos.
Tiago me fez sentir até o gosto da comida descrita no conto “Nossos mortos” e, sinceramente, é difícil um livro ter uma descrição tão boa e real, sem ficar monótono.
Enfim, foi uma leitura mais do que maravilhosa, acredito que eu não tenho adjetivos suficientes para me expressar. Só tenho a recomendar muito o livro e a experiência.
Agradeço muito a oportunidade.
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bibisreadingss 27/08/2024

Como poderia libertar a quem não queria ser liberto?
Em "Breve Inventário de Pequenas Solidões", encontramos contos sobre pessoas diferentes, suas dores, seu pesar e uma sensação latente comum: solidão. Cada história me chocava e me sensibilizava mais do que a anterior. Precisei parar várias vezes para refletir sobre o que havia lido e processar antes de continuar. O final dos contos me fez ficar minutos em silêncio, admirada e reflexiva.

A escrita do autor é fluida, poética e envolvente. Me surpreendi com a sequência de acontecimentos diversas vezes. Não entendo muito sobre escrita, mas a construção dos textos foi muito agradável de ler, tornando a experiência ótima.

Também gostei muito de ter aprendido palavras novas
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Krishnamurti 18/08/2024

Breve inventário de pequenas solidões
Por Krishnamurti Góes dos Anjos (*)

A recente publicação do volume de contos “Breve inventário de pequenas solidões” do escritor Tiago Feijó, pela editora Penalux, vem reafirmar aquilo que sobre o autor escrevi, à proposito de outras obras suas. Em 2016 salientei que o senhor Feijó possui rara habilidade de “urdir um leque de estratégias narrativas composto de marcas próprias, dando-lhes singularidade, e revelando um ficcionista que sabe exatamente o que faz”. Mais adiante acrescentei: “A proposta que Tiago Feijó faz, se nos afigura como uma proposta de reflexão sobre o que está implícito como motivação da criação literária. Feijó lança esta proposta como quem sopra um vento fresco através das copas das árvores, a nos acenar com a evidência de que a verdadeira arte é inabitual, excêntrica e se revela também por meio de insolitudes.”

“Insolitudes” era o título de sua obra de então. Encontramos o autor agora neste “Breve inventário de pequenas solidões” a reunir dez narrativas nas quais podemos identificar uma, mais amadurecida ainda, inclinação do autor pela busca daquele sentido de totalidade com relação ao sujeito humano, fazendo entrecruzarem-se memória, psicologia e metafísica. E o faz, bom ressaltar, no melhor estilo dos grandes ficcionistas, posto que incorpora o fluxo de consciência de suas criaturas dentro da estrutura dos textos, ressaltando numa nítida consciência do descompasso existente entre a realidade e sua representação imediata. Queremos com isto salientar que o autor faz perquirições existenciais levando em conta que o bicho-homem, animal esquecido, tem por outro lado e a seu favor, a lembrança, justamente para que possa na regularidade da ocorrência, prometer/projetar um futuro. Aí a novidade prazerosa para o leitor que souber abstrair e ampliar o insight que alguns textos proporcionam de maneira mais acentuada. Sejamos mais claros. Em todos os textos, aqui de maneira mais límpida, ali de maneira mais velada, há uma análise das relações entre memória e esquecimento, partindo do princípio de que é possível articular tais concepções com a solidão. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 –1900), inclusive, deitou e rolou sobre o assunto.

Do tema “macro” e norteador do volume de contos a “solidão”, que inclusive se colhe já no título, poder-se-ia simplesmente pensar apenas em abandonos existenciais ou no descontentamento com o mundo em que vivemos, visto que é forte e geral a insatisfação que nos chega. Ou ainda que o móvel do autor repousa no fato de que perdemos a esperança no coletivo e por isso nos voltamos para dentro de nós mesmos, passando a viver com nossos pensamentos, já que não há mais como buscar solução externa. Claro que existem pequenas porções desses elementos na obra, já que são circunstancias de nossa época de individualismo exacerbado. Mas há uma luz no fim do túnel.

A preocupação do autor, parece-nos, desce a níveis mais profundos, sugerindo a todo momento a concepção de uma realidade mais complexa que demonstra que nossa consciência é uma totalidade que não se restringe ao momento atual, mas engloba como atualidade presente, o passado e, além disso, o futuro como horizonte de possibilidades e expectativas, muito embora isto não fique explicitado em algumas narrativas. O leitor deve fazer a sua parte...

No conto “O telefonema”, ponto alto do livro, um homem se vê na difícil situação de avisar ao irmão do falecimento da mãe. Ocorre, todavia, que por conta de conflitos familiares, perdera o contato com o outro e sequer tem seu número do telefone, presume-se que vive no exterior. E o leitor então, pela pena hábil do autor, vai tomando ciência de pequenos acontecimentos nas vidas dos personagens (que são retomadas por meio de memórias voluntárias e/ou involuntárias), e que vão constituir em última instância, a caracterização de suas personalidades, seus momentos de queda e sublimação. O desfecho dessa narrativa é de um conteúdo humano tocante.

“Em dueto”, a memória é a ténue linha da narrativa dando-nos conta das marcas da violência familiar e seus reflexos na vida de uma criança. “Solenemente” retrata uma história de abandono (in)voluntário de um homem que conta por outro lado, com a lealdade de um bando de cachorros com quem passa a viver. Em “Ele é só um menino”, temos a memória mais uma vez orientando a sequência de trágicos acontecimentos na vida daqueles seres humildes e de baixa condição social, que se perdem em meio às miragens de um mundo que descamba a passos largos para a criminalidade e uso de drogas. Típico exemplo de descarte social.

Mais uma vez o senhor Tiago Feijó acerta a mão nessa sua última obra, ao apresentar ao leitor textos que urdem delicadas relações entre memória, esquecimento e solidão articulados ao nosso crescimento interior. Memória como processo poético inerente ao humano. Esquecimento levando em conta que necessitamos de um tempo vagaroso e distante dessa correria amalucada na qual estamos imersos, e finalmente, a solidão, momento único de afastamento que os solitários precisam fazer para consolidar o balanço da própria existência e reconhecer os instantes que moldaram a substância de seus destinos.

Eis então as condições relacionadas com leveza e respiração de ar puro que propiciam reflexão libertadora. Aí o humano se singulariza porque olha para trás e para frente com a mesma intensidade. Em suma e concluindo: a memória é atividade que amplia percepções ao servir à vontade de assimilação e expansão, atualizando o passado como afirmação da vida. Esta a grande mensagem residual que fica para o leitor atento.

Livro: Breve inventário de pequenas solidões – Contos de Tiago Feijó, Editora Penalux – Guaratinguetá / SP, 2024, 100 p. ISBN 978-65-5862-680-0
Links para compra e pronto envio:
https://www.editoralitteralux.com.br/loja/breve-inventario-de-pequenas-solidoes
https://www.instagram.com/tiago_feijos

(*) Krishnamurti Góes dos Anjos tem publicados os livros: Il Crime dei Caminho Novo – Romance Histórico, Gato de Telhado – Contos, Um Novo Século – Contos, Embriagado Intelecto e outros contos, Doze Contos & meio Poema e À flor da pele – Contos. Participou de 30 Coletâneas e antologias, algumas resultantes de Prêmios Literários. Há textos seus publicados em revistas no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Panamá, México e Espanha. Seu último romance publicado pela editora portuguesa Chiado – O Touro do rebanho – Romance histórico, obteve o primeiro lugar no Concurso Internacional - Prêmio José de Alencar, da União Brasileira de Escritores UBE/RJ em 2014, na categoria Romance. Colabora regularmente com resenhas, contos e ensaios em diversos sites e publicações. Atuando com a crítica literária, resenhou mais de 350 obras de literatura brasileira contemporânea veiculadas em diversos jornais, revistas e sites literários.
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kle.book 12/08/2024

Emocionante e envolvente
?Breve inventário de pequenas solidões? trata-se de 10 contos curtos que vão abordar de forma sensível e envolvente a temática de solidão através de histórias distintas.

O autor me teletransportou para dentro do livro logo no primeiro conto, que por sinal foi o meu favorito. E nesse primeiro conto ele vai trabalhar a questão de aprisionamento e liberdade sob a perspectiva e a vivência de um passarinho chamado Bethoven, que vive em uma gaiola desde o seu nascimento e que ao se ver livre pelas mãos de uma garota que é contra maltratos a animais passa a estar sujeito a todos os perigos do mundo externo.

Tiago conseguiu me prender nessa atmosfera simples que com poucas palavras me hipnotizaram completamente até o final desse primeiro conto me deixando reflexivo sobre o verdadeiro significado de liberdade e como isso implica sendo a favor ou contra ao que queremos e precisamos. Foi genial!

Nos outros contos ele vai adentrando mais fundo nas relações familiares, decisões erradas que podemos tomar durante a vida, questões sobre o luto, abandono de animais que foi uma temática que me pegou forte também e amores impossiveis, e tudo isso com a temática de solidão como ponto de partida e permeando todas as histórias.

Eu não sou muito de ler livros de contos pelo simples fato de sempre gostar mais de um conto do que de outro e isso dificulta um pouco na avaliação do livro em geral, mas esse livro conseguiu ser bem linear em relação a isso, lógico que tive as minhas preferências sob os contos, mas ao final foi um livro bem completo e conseguiu se manter fiel a temática proposta pelo autor. Como eu disse no começo da resenha são contos curtos, de leitura simples e fluida em que o autor consegue ser direto nas mensagens em que ele quer passar ao leitor.

Fica aqui essa super dica de leitura rápida, emocionante e envolvente. Leiam "Breve inventário de pequenas solidões"
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Josi 08/08/2024

A solidão em toda sua pluralidade
Esse é um livro curtinho, mas que, em suas poucas páginas, consegue ser profundo e cheio de significado. Ao longo de 10 contos, a obra aborda a solidão em suas mais variadas formas, por isso o plural nesse belo título, que tão bem representa essas pequenas histórias.

O autor utiliza uma linguagem simples, por vezes poética e perfeitamente adequada a cada enredo. Sentimentos como luto, medo, culpa, perda, desespero, abandono e introversão permeiam a solidão dos personagens.

Fiquei bastante encantada com a delicadeza dessas narrativas. Até os temas mais duros são abordados com extrema beleza e sensibilidade. A escrita do autor é madura e segura e o trabalho de ambientação e construção dos personagens é muito bem feito.

Por se tratarem de narrativas tão curtas, a profundidade dos enredos me surpreendeu. Mesmo com toda a objetividade que o gênero exige, os contos conseguem ter um bom ritmo e tramas envolventes, que facilmente conectam o leitor às histórias e seus personagens.

Gostei de todos os contos, mas dois deles me tocaram particularmente: "Nossos Mortos", que trata sobre o luto que se converte em saudosas e ternas lembranças, e "A Anônima Maria Auxiliadora de Jesus", que apresenta uma mulher simples e de personalidade contemplativa, que descobre nas palavras um alimento para a alma.

Para quem, como eu, gosta de contos bem escritos, que comovem e trazem reflexão, essa é uma leitura deliciosa, que recomendo fortemente!
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 21/07/2024

Tiago Feijó - Breve inventário de pequenas solidões
Editora penalux - 100 Páginas - Concepção de capa: Dáblio Jotta - Lançamento: 2024.

Os contos reunidos nesta coletânea de Tiago Feijó têm como inspiração as diferentes formas de solidão, este sentimento que, segundo a filosofia existencial de Martin Heidegger, "é condição original de todo ser humano, uma vez que cada um de nós é só no mundo". Na literatura é um tema recorrente, como cita o autor na epígrafe de Clarice Lispector: "[...] que minha solidão me sirva de companhia [...] que eu tenha a coragem de me enfrentar." O fato é que hoje o isolamento está cada vez mais presente e as redes sociais, criadas pretensamente com o objetivo de aproximar as pessoas, atingiram resultado oposto na prática porque vivemos em um mundo globalizado, no qual o direito à privacidade acabou e, contudo, permanecemos cada vez mais solitários.

Apesar da solidão ser uma característica essencialmente humana, a criatividade de Tiago Feijó nos apresenta alguns animais exercendo o papel de protagonistas, como no conto "O destino de Beethoven" que abre o livro e narra a saga de um pássaro, nascido livre na floresta, em um ninho localizado na forquilha de um alto galho de embaúba, covardemente aprisionado por um homem, "este bicho de estranhos membros e força descomunal"; pode existir uma desconexão mais terrível com a realidade do que atravessar a vida em uma gaiola? Outro exemplo da convivência entre pessoas e animais é abordado em "Solenemente", uma triste história urbana que mostra como a lealdade dos cães pode amenizar o final de vida solitário de um homem.

"Beethoven atravessou assustadiço e desconfiado os primeiros dias do seu cativeiro. Agitava-se muito a cada aproximação do homem, saltando desesperado de poleiro em poleiro, chocando-se por vezes contra o gradil da gaiola por não saber ainda como domar a afobação de suas asas, habituadas aos ilimitados espaços da floresta. Aos poucos, por observação e experiência, compreendeu que sua vida não estava em risco, que de certa forma podia considerar-se até mesmo seguro. [...] Compreendeu também, por intuição e consequência, que sua vida jamais seria outra, que passaria o resto de seus dias ali, trancafiado e alimentado, saltando de poleiro em poleiro, debicando as frutas e descascando o alpiste que lhe davam. Compreendeu que jamais tornaria a sobrevoar a amplidão dos ares, que jamais voltaria a pousar sobre as copas frondosas dos arvoredos. E, neste dia, no dia em que entendeu tudo isso, Beethoven chorou, chorou seu choro de pássaro, seu canto de morte, que pelos ouvidos do homem, por terrível ironia, ecoava tal e qual uma sinfonia singular e harmoniosa. Foi então que o passarinheiro o batizou pelo nome que teve e pelo qual o chamamos: Beethoven." (pp. 11-12) - Trecho do conto O destino de Beethoven

Neste inventário de solidões, o autor aborda também a capacidade de pessoas próximas se isolarem por conta de conflitos familiares, como é o caso do protagonista de "O Telefonema" que precisa avisar ao irmão sobre a morte da mãe mas, depois de muitos anos afastados, nem ao menos sabe o seu número de telefone. Um dos melhores contos do livro, "Ele é só um menino", narra um momento decisivo no cotidiano simples de um entregador de pizzas quando recebe uma proposta que pode mudar sua vida, um servicinho simples, só entregar um embrulho suspeito. E, neste caso, Tiago Feijó nos mostra como a exclusão social que condena as pessoas a uma existência miserável e sem oportunidades pode representar também um tipo de solidão; e das piores.

"Oitenta e três. Oitenta e três. Oitenta e três. Ali, apartamento oitenta e três. Meto o dedo na campainha. Espero. O fundo da pizza queima a palma da minha mão. Suporto. É só uma questão de costume. O cara que me abre a porta é ligeir, pega a pizza e me dá as costas antes mesmo d'eu confirmar o pedido. Dou uma soprada forte na mão pra aliviar a dor e ouço o cara falar algo lá dentro, acho que me convidando pra entrar. Na dúvida, aguardo, como sempre, em pé diante da porta. [...] Uma música enche o apartamento inteiro, baixinha, comportada. Conheço ela, já ouvi ela antes, até gosto dela. O cantor está aqui, na ponta-da-língua, mas o nome não vem. É americano ou inglês, sei lá [...] Nisso o cara me pergunta se eu fumo. Distraído, de butuca na mesa dele, respondo que sim. E ele me pergunta o quê. O quê o quê, devolvo a pergunta sem entender. Aí ele me põe no esclarecimento perguntando o que eu fumo. Esclarecido, respondo que fumo cigarro, deixando flutuar no ar os três pontinhos das reticências porque desconfio que é melhor evitar certas sinceridades. [...] Dou uma tragada firme, funda, e solto a fumaça no vento. Gosto disso. Ao dar as costas pra cidade, topo com uma televisão imensa, na parede oposta da sala, e dentro dela o Mick Jagger rebolando muito, como uma mulata despirocada no carnaval. Mick Jagger, é esse o nome, estava aqui na ponta-da-língua." (pp. 25-27) - Trecho do conto Ele é só um menino

Sobre o autor: Tiago Feijó é professor e escritor. Nasceu em Fortaleza, mas foi criado em Guaratinguetá, interior de São Paulo. Formou-se em Letras Clássicas pela Unesp. Venceu o Prêmio Ideal Clube de Literatura 2014. É autor dos livros "Insolitudes" (7Letras, 2015), "Diário da casa arruinada" (Penalux, 2017), livro finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, e "Doze dias" (Penalux, 2022), livro finalista do Prêmio Leya 2021 e vencedor do Prêmio Manuel Teixeira Gomes 2021. Tem textos publicados em diversas antologias, revistas e blogs de literatura.
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Marianne Freire 17/07/2024

Diferente de Cem Anos de Solidão, a natureza ontológica da solidão da obra de Tiago é a solidão da palavra, em dez contos o autor consegue delinear os pequenos espaços de solidão a qual o sujeito e sua subjetividade existencialista são expostos. Contos e também prosa, os contos de Tiago tem uma substância e corpo crítico marcados pelo fluxo psicológico e filosófico do isolamento, com uma tonacidade construída do íntimo ao social, um livro espiral com melodias e sensações de Beethoven ao Telefonema e Balada do Impossível Amor através das páginas, a obra é limpa e orgânica, a miragem da experiência da solidão literária de Tiago é a sua natureza ontológica. A observação neorealista e melancólica é que a linguagem do autor é marcada pelo ser misantropo da solidão. O estilo de composição tem uma esfera de influência de tipologia da prosa com uma energia de ?noite?, com um cenário de trânsito gradual de experiências entre os contos, onde a escrita reinventiva conquista e provoca na anatomia lírica, onde as pequenas solidões são moradas do corpo psicológico da ficção.
#literaturabrasileira #literaturacontemporanea
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@Umpouquinhodemim 16/07/2024

Breve inventário de pequenas solidões
Este livro é uma coletânea composta por 10 contos, cada um explorando diferentes facetas da solidão. A temática comum é justamente essa, as pequenas solidões que todos nós experimentamos em algum momento da vida. Tiago mantém a precisão na escrita, o cuidado na composição das frases e diálogos, e a delicadeza em inserir reflexões poéticas.

Ao longo dos contos, um fio condutor sutíl conecta as histórias, envolvendo o leitor em uma teia de tramas e texturas, onde personagens, sejam humanos ou animais, são marcados por algum tipo de isolamento, perda ou dificuldade de comunicação que definem a coletânea. O livro, com sua escrita cuidadosa e envolvente, é uma ótima companhia para quem busca uma leitura que toca de forma sutil e profunda.
Só deixem alguns lencinhos por perto, alguns desses contos você vai sentir lágrimas rolando pela sua face.
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