Nos últimos anos, temos visto Brasília como se fosse uma espécie de epicentro das coisas ruins do Brasil. Tramoias, fake news, espetáculos públicos nada edificantes. Mas também esperança, determinação e coragem que remontam ao otimismo que existiu na fundação da cidade.
Neste romance, há um assassinato (ou não), cenas explícitas de corrupção, ou tentativas disso. Jornalismo investigativo e covardia explícita da imprensa. Amizades. Traições. Duas primas que nascem no mesmo dia, crescem juntas e são muito diferentes entre si, mas com forte ligação. Uma história que envolve integridade, ganância e sordidez.
Matérias jornalísticas recentes revelam a extensão da grilagem de áreas protegidas, enormes extensões de florestas destruídas na área do Distrito Federal, o que já ameaça o abastecimento de água para a cidade. Tudo isso a poucos quilômetros da Praça dos Três Poderes e da área onde se situam os órgãos da administração do Distrito Federal.
A cuidadosa trama que caracteriza vários dos romances de Maria José Silveira, mesclando a realidade com exuberantes recursos narrativos, mostra sua força também neste formidável “Céu branco”.