Engolido pelas labaredas, sexta coletânea de relatos autobiográficos de David Sedaris, oferece à sua crescente legião de fãs brasileiros novas e irrecusáveis doses de um refinado humor à la Woody Allen, oscilando do singelo ao desbragadamente hilariante, que já conquistou milhões de leitores pelo mundo todo, nas 25 línguas em que foi traduzido.
Sedaris garimpa seu ouro da própria vida, a começar por sua família nuclear da mais típica classe média americana de subúrbio. Veremos, por exemplo, o garoto David às voltas com uma babá maluca e gorda, com uma pele "cor de vaselina". E acompanharemos os passos erráticos do jovem Sedaris vivendo meio ao léu por várias cidades americanas e morando em lugares modestos, habitados por gente pra lá de esquisita.
Os últimos relatos do livro, dedicados à luta do autor contra seu desenfreado tabagismo, começam no primeiro maço comprado durante uma viagem juvenil ao Canadá, até o último cigarro fumado trinta anos depois num bar do aeroporto de Paris, passando por viagens ao Japão e à Tailândia, país onde foi autuado em flagrante por jogar uma bituca na sarjeta, ao lado de "uma cabeça de pato serrada e uma embalagem plástica ainda meio cheia de leite de coco".