Duas mulheres com histórias absolutamente distintas se encontram na partitura da vida. Clarice integrava a escala de Sol. Possuidora de beleza verdadeiramente radiosa, noiva em uma relação aparentemente perfeita, seguia dentro dos padrões, firme em cada passo, hétero até os ossos. Até que o destino lhe fez tomar uma decisão e, com ela, acordes absolutamente graves ecoaram, tirando-lhe de prumo, roubando-lhe o rumo, desafinando seu coração.
Eleonora integrava a partitura de Dó. Dona de uma vida sofrida, permeada por dramas de família, silenciada por inquietudes do coração, seguia seu caminho repetindo – sem emoção − os mesmos acordes. Até que o destino lhe trouxe o Sol através de Clarice, nota doce mas, ao mesmo tempo, triste, que fez seu caminho se encher de bemóis e sustenidos, altos e baixos tão próprios da paixão. Tendo as músicas e respectivas letras como conselheiras, as duas mulheres − Sol e Dó, razão e sofreguidão − seguem rompendo barreiras, enquanto buscam compor sua própria canção.