Uma jornada repleta de sexo, angústia e loucura, um relato magnético sobre a grande festa libidinosa que foi a Califórnia do início dos anos 1990.
Marco do feminismo libertário americano, Loira suicida é uma espécie de diário no qual a jovem Jesse registra sua incursão pelos domínios mais baixos da San Francisco dos anos 1990. Filha de um ministro da igreja luterana, a protagonista do romance abre mão dos valores de classe média para seguir, ao lado do namorado gay, uma peregrinação por um submundo feito de drogas, bebida e sexo. Influenciada por todo um cânone de escritores marginais (Georges Bataille, Jean Genet, Alexander Trocchi, William S. Burroughs etc.) e dialogando com a literatura queer e noir dos anos 1980 e 1990 ― e com autores como Virginie Despentes, Eileen Myles, Jean Rhys, Marguerite Duras, entre outros ―, Darcey Steinke arma uma história a um só tempo melodramática e mordaz, honesta e intensa, em que os labirintos do desejo se chocam à euforia de uma época que parecia começar a girar irremediavelmente em falso. Um romance vigoroso sobre uma mulher e os descaminhos de uma furiosa busca por encontrar o seu lugar no mundo.
Como muitos artistas natos de visão singular e talento inesgotável, Darcey Steinke escreveu um livro perfeito, que tanto é retrato do seu tempo como resistirá ao tempo. ― Maggie Nelson
Descritas com particular destreza, por vezes exalando uma cativante nota surreal, as cenas criadas por Steinke expõem uma galeria de tipos paradoxais que patinam entre a frivolidade e o desespero. Um quadro vivo daquele underground habitado por skinheads, viciados, hermafroditas, drag queens e toda sorte de putas. Personagens que parecem ter perdido em rebeldia o que ganharam em angústia, mas que não deixam de nos inquietar. ― Eliane Robert Moraes