O filósofo holandês Herman Dooyeweerd já não é um completo desconhecido no Brasil e em anos recentes vieram a lume algumas de suas obras. Sua estatura intelectual e as implicações de seu pensamento, no entanto, ainda não foram plenamente compreendidas por aqui. Por essa razão, julgamos oportuna a reedição deste No crepúsculo do pensamento ocidental, considerado por muitos uma verdadeira porta de entrada ao universo que a filosofia da ideia cosmonômica representa.
Organizado a partir de uma série de conferências proferidas nos Estados Unidos e no Canadá em 1958, Dooyeweerd aborda neste livro alguns dos temas centrais de sua obra: a pretensa autonomia do pensamento filosófico, o historicismo e o sentido da história, a distinção entre filosofia e teologia, e uma antropologia radicalmente bíblica. Em tudo isso, salta aos olhos, nas palavras de Rousas Rushdoony, “a insistência [de Dooyeweerd] em que só a filosofia verdadeiramente cristã pode ser crítica e que a filosofia não cristã é inevitavelmente dogmática”.
Ao chamar a atenção para os compromissos pré- e suprateóricos, o autor apresenta uma espécie de catálogo dos motivos básicos apóstatas dominantes: o motivo grego forma-matéria, o motivo escolástico natureza-graça e o motivo humanista natureza-liberdade. Em seguida contrasta-os com o motivo bíblico radical criação-queda-redenção e, com este conceito, empreende uma “reforma do pensamento”.