O auriga fala de razão e de emoção, deslinda essas duas faces antagônicas e revela o infortúnio causado pelo desequilíbrio emocional: a guerra. Jovens deixam seus lares e seus países em nome de algo que desconhecem e cujo sentido lhes parece nebuloso para partirem rumo ao desconhecido. Um assunto aparentemente trivial não fosse a genialidade de Mary Renault em fornecer a cada personagem um nome, uma feição, uma família e um passado. Assim um exército de pessoas, cada uma com seus desejos, temores e conflitos, invade nossa realidade: Ralph, Reg, Andrew, Laurie entre outros surgem como seres humanos que mesmo em meio à guerra, ao sofrimento e à dor preservaram intactos a solidariedade, o respeito pela vida e a capacidade de amar...
Narrado com rara beleza e sensibilidade, O Auriga, contrariando histórias sobre guerras, substitui o tom depressivo e melancólico que usualmente caracteriza o tema pela esperança, intesidade e vigor tão característicos da juventude.