Os contos apresentados nessa obra caminham a um passo do pitoresco, sem, contudo, perderem a marca profunda do realismo crítico de Marcos Rey. Traz a essência da sociedade que se encontra por trás de aparentes aventuras e desventuras urbanas, como por exemplo, a insatisfação profissional, a dor indefinível que caracteriza as relações humanas e a solidão coletiva e irremediável do cidadão nos dias atuais. Os personagens são marcados pela existência, ásperos, prisioneiros do sistema de vida da cidade grande moderna (São Paulo), alguns vivendo em quitinetes mínimas, fábricas de neuroses, ou em pensões baratas. São vigaristas de todas as espécies, assaltantes, prostitutas, psicopatas, jornalistas que mal ganham para comer, espertalhões, artistas de sucesso, ingênuos (o que seria dos espertos sem eles?). E também ricaços da alta sociedade, satirizados de maneira implacável.
O livro traz 6 contos. São eles: "O pêndulo da noite", "O cão da meia-noite", "Mustang cor de sangue", "Eu e meu fusca", "O dicionarista" e "O bolha".