Dharvind 22/02/2014
Resenha: A Última Música
Ronnie, uma adolescente de 17 anos, é, literalmente, obrigada por sua mãe a passar o verão na casa de seu pai, na praia de Wrightsville. Diferente dela, Jonah, seu irmão mais novo de 10 anos, adora a ideia e fica encantado com a vida tranquila à beira da praia que seu pai leva.
Havia 3 anos que Ronnie e seu pai não se viam e/ou conversavam. No passado, Steve (pai de Ronnie) até mandou cartas para a filha, porém ela nem sequer as abrira. Ela ainda sentia-se ressentida com a separação dos pais e o fato de o pai tê-los abandonado para fazer turnês como pianista. E, desde então, ela prometeu a si mesma que nunca mais tocaria piano (atividade que praticava junto a seu pai), o que a tornou uma adolescente revoltada e rebelde.
“Às vezes é preciso se afastar das pessoas que você ama, mas isso não quer dizer que você os ama menos, às vezes, você os ama ainda mais…”
A todo o momento Steve tenta aproximar-se dos filhos. Ele reconquista Jonah rapidamente, porém, Ronnie insiste em resistir à aproximação. Steve é um ótimo pai, compreensivo e paciente. Inclusive, para não chatear a filha, ele atende ao pedido dela: para que não tocasse piano (algo que é um dom natural dele) enquanto ela estivesse lá. Steve também guarda um segredo que, quando revelado, causa grande choque nos personagens e provoca uma reviravolta impactante.
“A presença de Deus está em todo lugar, em todos os momentos, e é sentida, em um momento ou outro, por todas as pessoas.”
Ronnie não sente vontade alguma de fazer amigos por lá, porém, naturalmente, ela conhece uma garota que, logo de cara, se identifica. Blaze, a nova amiga de Ronnie, apresenta-a a Marcus (seu namorado), um cara barra pesada que, claramente, usa Blaze. A amizade entre as duas vai por água abaixo quando Marcus dá em cima de Ronnie, e Blaze, com ciúmes (e manipulada por Marcus), arma uma enrascada para Ronnie, fazendo parecer que ela roubou uma loja de discos. E agora, Ronnie tinha mais uma queixa de roubo. Sim, mais uma, pois em Nova Iorque ela também havia roubado, porém, desta vez, ela estava sendo vítima de uma injustiça.
“Aquelas emoções vêm e vão e não podem ser controladas, então não há razão para se preocupar com elas. Pois no final, as pessoas devem ser julgadas por suas ações, já que no fim são as ações que as definem.”
O verão, que ia de mal a pior, teve uma reviravolta a partir do momento em que Ronnie conheceu Will — um mecânico “barra” voluntário em causas ambientais “barra” jogador de vôlei —, o cara mais bonito e popular da pequena cidade. Digamos que foi amor à primeira vista. E é um pequeno ninho de ovos de tartaruga que acaba unindo-os mais e mais (pois é, mesmo com esse ar de adolescente-revoltada-gótica, Ronnie ainda expressa sentimentos).
Com o passar dos meses, aos poucos, Ronnie vai baixando a guarda, com Will e também com seu pai.
“A vida, entendeu, era bem parecida com uma música. No começo, há mistério, e no final, confirmação, mas é no meio que reside a emoção e faz com que a coisa toda valha a pena.”
É em um verão, em uma cidade onde ela nunca desejou estar, que ela encontra o grande amor da sua vida. Ronnie perdoa Steve. Ela redescobre as qualidades dele e, a cada dia, sobre o jardim de ódio floresce uma rosa de amor. Ela passa a ama-los (Steve e Will) incondicionalmente.
“Nós não somos perfeitos, nenhum de nós. Nós cometemos erros, estragamos tudo mas depois perdoamos e seguimos em frente.”
O título do livro é “A Última Música”, pois Steve começa a compor uma música, porém, quando fica incapacitado, Ronnie termina-a. Ela toca para ele a última música composta pelos dois, como quando ela era criança.
“A vida é como um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas as angústias. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música.”
Esse foi o primeiro livro que cheguei perto de chorar, porém não chorei (talvez eu tenha um coração de pedra), mas a cada página virada um arrepio percorria meu corpo. Nicholas Sparks tem esse dom de fazer nós nos imaginarmos no lugar dos personagens, é assustadoramente surpreendente.
Eu me decepcionei apenas com a adaptação cinematográfica de AÚM, pois cortaram cenas e acrescentaram outras inexistentes, porém, é natural ver isso em adaptações, o que não deixa de ser triste e revoltante.
Bom, hora de avaliar: a capa é fantástica, a narração em terceira pessoa ajuda-nos a conhecer os personagens mais profundamente (a propósito, personagens com forte personalidade) e a leitura fluiu naturalmente. Sem dúvidas superindico o AÚM.
Resenha feita por: Dharvind Aguiar.
site: http://marcadordelivros.tumblr.com