Resenhas - Canção Para Ninar Menino Grande

Henri 24/09/2024

Masculinidade
Através de perspectivas femininas, Conceição Evaristo escreve e aborda de uma forma única e incrível a masculinidade de um homem preto.

Sem dúvidas trata-se de uma ótima leitura!

Maria22510 22/09/2024

Não esperava muito, recebi menos ainda.
Canção Para Ninar Menino Grande é uma tentativa falha de abordar machismo e racismo na literatura, ao invés disso, acaba romantizando o machismo com toda a escrita poética por trás do livro.

Na história Fio Jasmin, é um homem preconceituoso e machista, que vê as mulheres meramente como objetos sexuais que devem lhe gerar prazer. As mulheres são todas destacadas como "empoderadas" e cada uma com sua história, mas Evaristo as torna iguais quando todas, sem exceção, se deitam com o cara. Essas moças eram mesmo tão empoderadas assim? Uma mulher que larga o marido para trabalhar e cuidar dos filhos se deitaria com um homem aleatório que a vê somente como um objeto?

Além disso, Evaristo justifica o machismo do homem com três fatores: o racismo sofrido uma vez na vida, durante a infância, o reflexo no pai e um vazio espiritual profundo. O fato de uma pessoa poder sofrer preconceito não significa que ela tem o direito de agir de forma preconceituosa.

Fora todo o "ar poético" que a escritora tenta dar a história. Os nomes das cidades são referências claras da história que Fio Jasmin está passando. O próprio nome "Fio" como o fio que conduz a narrativa dessa história é algo tão óbvio que parece simplesmente que a escritora está fazendo algo para a quinta série. Esse tom de poesia que o livro tem também deixa a história inteira com um ar de romance, última coisa que o livro é.

A partir daqui haverá spoilers sobre o final do livro.

Para piorar tudo isso, Evaristo ainda coloca um final nessa história meio existencial. Ao conhecer uma lésbica, ênfase para a lésbica, Fio Jasmin passa a se questionar sobre felicidade e se fazia as garotas felizes, apenas quando uma garota que não sentia atração por homens não se mostrou interessada nele. Como se apenas uma mulher que não gostava de homens fosse capaz de fazer ele refletir sobre felicidade, como se todas as outras mulheres fossem cair nos braços dele.

Tenho muitos outros defeitos encontrados nesse livro, mas basta esses para eu expressar minha opinião.

Gabriel Varizi 22/09/2024

Prazer e melancolia se misturam em doses iguais em Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo. Apesar de alguns clichês para quem está acostumado com obras como essa, a autora explora delações de raça e gênero de forma complexa, sem demonstrar nenhuma espécie de maniqueísmo, principalmente ao dar o protagonismo da história a Fio Jasmim. A obra também se destaca pela formo como é narrada, pois mistura realidade e ficção numa escrevivência que Conceição faz muito bem.

Alice 22/09/2024

Canção para Ninar Menino Grande
*"Canção para Ninar Menino Grande"*, de Conceição Evaristo, é uma obra comovente que explora temas como a dor, a memória e a resistência. Publicado em 2018, o livro narra uma história intimista sobre um filho que cuida de sua mãe em seus últimos dias de vida. A partir dessa relação, Evaristo reflete sobre o peso das lembranças, das experiências passadas e das histórias familiares que formam a identidade dos personagens.
Com uma prosa poética e sensível, a autora aborda questões como a solidão, o abandono e o luto, mas também a força dos laços familiares e a resistência emocional. Evaristo, conhecida por sua escrita marcada pela afro-brasilidade e pela visibilidade das mulheres negras, mais uma vez traz à tona a importância da memória coletiva e individual, ao mesmo tempo em que reflete sobre o impacto do racismo e das desigualdades na vida dos personagens.
O título do livro, que remete a uma canção de ninar, sugere um tom de acolhimento e cuidado, mesmo em meio à dor e à perda. A narrativa é uma homenagem à ancestralidade e à maternidade, sendo ao mesmo tempo uma reflexão sobre os ciclos da vida. A escrita de Conceição Evaristo continua a envolver e tocar profundamente seus leitores, apresentando um olhar único sobre a resistência e a complexidade das relações humanas.

Jeanderson 21/09/2024

Um olhar por uma janela do passado de muitos homens
Fio Jasmim é o estereótipo perfeito da maioria dos homens. Moldado a seduzir, conquistar e possuir as mulheres, sem nenhum apego, remorso ou comprometimento.
Conhecer a história, sobre os olhos das mulheres que tiveram a sua vida impactada por um relacionamento com o príncipe negro e todas as suas consequências é como abrir uma janela para o passado sem compromissos de homens que se identificam com ele.
Entender a dor e as cicatrizes dessas mulheres é comparável com Dorian Gray ao ver seu retrato.

jademrosa 20/09/2024

Conceição Evaristo é surpreendente
Já tinha lido olhos d?Água, honestamente um dos meus livros favoritos que li para o vestibular, imaginei que canção para ninar menino grande seria o mesmo estilo, mas não é.
Canção para ninar menino grande é incrível também, mas com uma estrutura diferente, esse livro me cativou muito. No início não entendi a proposta que o livro oferece, mas ao decorrer de minha leitura fui entendendo o quanto a escrevivência de Conceição Evaristo se faz presente.
Esse livro deve ser lido por todos,
realmente uma dádiva.

Victor Hugo 15/09/2024

Meu terapeuta recomendou e a carapuça serviu. Vou recomendar a todos meus amigos e amigas daqui em diante

car1osfe1ipe 15/09/2024

Bom livro!
Meu primeiro contato com a autora. Infelizmente, o livro veio em um momento difícil e não tive a paz de espírito necessária para absorver melhor a história. Mesmo assim, gostei do pouco que consegui absorver.

Victória Silva 15/09/2024

Uma história sobre abandonos
Fio Jasmim é um jovem que trabalha atravessando o país de trem. A cada parada, ele busca conhecer a nova cidade sob uma perspectiva: as mulheres que ali vivem.

Ele as conquista e vai embora.

O livro aborda esse abandono. E, ao mesmo tempo, vai construindo a figura deste jovem negro apesar de sedutor, é sozinho nos esteriótipos que o constrói.

Josi 13/09/2024

"Bastava ele chegar para confirmar que o amor existia."
Fio Jasmim é um homem sedutor, que coleciona conquistas pelas diversas cidades que sua profissão de maquinista o leva a cruzar. Nem mesmo o casamento com a resignada Pérola Maria e a extensa prole que tem com ela o impedem de acumular casos extraconjugais e filhos bastardos.

A narradora se coloca como amiga da mais longeva das amantes, Juventina, por meio de quem conhece a história das demais, e tem a missão de registrar e dar visibilidade a essas mulheres, que têm em comum o amor pelo mesmo homem, algumas já esquecidas por ele.

Assim, após um rápido panorama sobre a vida presente e o casamento de Fio Jasmim, o enredo passa a destrinchar a vida de algumas delas, transferindo a elas o foco e o protagonismo.

Conforme conhecemos as aventuras amorosas de Fio Jasmim, percebemos o pouco valor que esses relacionamentos (e os frutos deles) têm para esse homem adúltero, que usa as mulheres sem escrúpulos.

Mas Fio Jasmim não é retratado como um vilão. Sua condição de menino negro e todo o preconceito, muitas vezes velado, que a acompanha, lhe renderam um trauma na infância que, unido ao exemplo paterno de masculinidade tóxica e indiferença com os sentimentos das mulheres, foi fundamental para sua formação como homem.

As amantes também não são meras vítimas, mas se entregam espontaneamente a esse amor incerto. No geral, são fortes, decididas e arcam dignamente com suas escolhas.

Nesse sentido, o livro aborda de forma bastante sensível a construção social que naturaliza tanto a promiscuidade do homem, quanto a objetificação e aceitação da mulher.

A desconstrução vem a partir da personagem Eleonora, com uma narrativa destoante e inesperada, que surpreende e quebra as expectativas, trazendo a esse homem um outro olhar sobre o amor.

Não é segredo que sou apaixonada pela escrita da Conceição Evaristo, que é de uma sensibilidade e beleza fora do comum. Me encanta como tudo que ela escreve soa como poesia. E esse livro acaba de se tornar meu favorito dela. Leiam e se encantem também! ?

Dênis 12/09/2024

A quem nina a canção?
Se a expectativa é ler um ensaio sobre o papel do homem na atualidade... esqueça! As canções são de mulheres e o menino parece realmente um menino em cada uma de suas atitudes. O livro trata da história de mulheres que de algum modo foram arrasadas pela soberba masculina que deixa marcas em todos e até no próprio homem.

lin3araujo 12/09/2024

Canção para Ninar Menino Grande
Esse é o primeiro livro da Conceição Evaristo que eu li e com certeza, não vai ser o último
A escrita é envolvente e interessante. E mesmo que o personagem principal seja o Fio Jasmin, um homem, a importância que as mulheres têm nesse livro é muito foda.
Simplesmente adorei!

Suyanebrucieri 12/09/2024

O que foi isso?
Esse livro é surreal. Não senti amor pela estória, mas senti demais, com certeza senti muitas coisas.
E um livro quando gera sentimentos, seja raiva, incompreensão, alegria...enfim, se um livro te faz pensar e sentir, valeu a pena ser lido.

júlia. 11/09/2024

A querida conceição evaristo, com sua escrita tão minuciosa e cativante, foi me ganhando a cada palavra que passava. o livro é exatamente o que ela queria que fosse, e o final mostra muito claramente isso. amei as histórias de cada mulher apaixonada por fio jasmin e achei muito interessante o desmembrar da história do tal.

japaca 09/09/2024

Conceição e seu jeito de contar histórias
Conceição faz a dança com as palavras e orquestra uma bela apresentação com as histórias. um livro potente!