O eterno marido

O eterno marido Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Eterno Marido


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Carolina.Gomes 23/01/2021minha estante
Eterna leitura ?




Toni 15/05/2020

O Eterno Dostoiévski
Este é o segundo livro de Dostoiévski que leio. Apesar de ser uma obra leve e, até mesmo, engraçada, consigo identificar nela algumas coisas em comum com Crime e Castigo.

A narrativa envolvente de Dostoiévski, as situações meio que grotescas, o drama exagerado e, principalmente, o lado humano das personagens. Tudo está lá.

O escritor russo nunca decepciona. Até mesmo nesse pequeno livro - que está longe de ser uma de suas maiores obras - é visível sua genialidade. Ler Dostoiévski é uma das melhores coisas da vida!
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otaviano.thais94 28/08/2021

Maravilhoso ?
Antes de 20% da leitura eu já tinha certeza de que esse seria um 5 estrelas favoritado! Leitura muito prazerosa, daquelas que se lê saboreando cada frase ?. Análise psicológica surpreendente dos personagens, escrita inteligente , narrativa envolvente...3 características que eu amo encontrar nos livros, além de a tradução dessa edição estar de parabéns, gostei bastante ??. É o segundo livro que leio do autor e no qual observo essas mesmas características, mas desse gostei ainda mais! Já passando suas outras obras da minha lista de futuras leituras para o topo do nível de urgência em ler hehe ???
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Manu 27/10/2022

O eterno marido
Assim como na maioria dos livros de Dostoievski começamos com a apresentação psicológica de Veltchaninov, o personagem principal da obra, depois a história se desenrola com a chegada de um desconhecido muito bem conhecido. A história em si é realmente boa apesar de minha demora para completar a leitura, acredito que ela foi bem proveitosa e as discussões morais presentes no livro são completamente pertinentes. Recomendo o livro!
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Carolinad 04/09/2022

O eterno marido
"[...] Mas será que ele me amava ontem, quando ficou falando de amor e me disse: 'vamos acertar as contas'? Sim, ele me amava com maldade, e esse é o amor mais forte..."

Primeiramente, é praticamente impossível não gostar dessa pequena obra-prima. Talvez eu seja suspeita para falar, mas fala sério! É muito bom!

A narração desenvolvida durante os capítulos promove o suspense e, desde o primeiro capítulo, alguns mistérios levam ao entrelaçamento do marido e do amante. Partes dramáticas e engraçadas formam a psicologia do marido. A capacidade do Dodo em apresentar o lado humano do marido pela esposa e pelo amante estimula toda a intriga e deixa o livro mais fluído. Nunca achei que leria um livro do Dostoiévski tão rápido quanto li este!

A obra trata de dois homens que se vêm na obrigação de reviver o passado; um desafiando o outro. Porém, os diálogos de Dostoiévski são incríveis e com muita classe. Com isso, ao longo da leitura, a curiosidade é tanta para descobrir tudo sobre a trágica e cômica - diria até tragicamente cômica - história, que é impossível largar a obra! Muitos segredos são revelados, mas o que realmente chama a atenção é a maestria com a qual os sentimentos e sensações dos personagens é revelada, é como se o autor estivesse entrando na nossa cabeça! Ao fim, chegamos a um inevitável destino; o qual é preciso ler para descobrir, porque essa é uma leitura que vale a pena!
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Felipe 02/11/2020

Enquanto uma manifestação popular-social, o carnaval não representa um fenômeno literário. O carnaval está ligado à cultura social e representa uma forma de contestação e irreverência frente aos poderes constituídos. É no carnaval que a vida carnavalesca consegue neutralizar a distância posta pelos impedimentos hierárquicos habituais, permitindo aos homens o contato familiar sem as barreiras de classe e poder aquisitivo.

Além de eliminar as distâncias sociais, é no carnaval em que ocorrem a ocupação desordenada de espaços públicos e a contestação daquilo que se toma por absoluto. À transposição do espírito carnavalesco para a arte, Mikhail Bakthin denominou o fenômeno de carnavalização. No campo literário, a carnavalização manifesta-se pela aproximação de elementos díspares e pela remoção de fronteiras entre estilos.

A carnavalização se embrenhou na Literatura e acarretou muitas mudanças para os gêneros ficcionais. Embora não possuam conexão direta com o espírito carnavalesco, diversas produções na Literatura deram novas interpretações para a matéria carnavalesca. Em “O Eterno Marido”, Fiódor Dostoievski dá uma nova complexidade à tradição carnavalesca, passando a abordar nuances do comportamento humano sobre as quais não se pode refletir em um decurso hierarquizado da vida.

Na trama, Alexei Ivanovitch, ou Veltchaninov, estava em São Petersburgo em pleno verão. Se envolvera em um processo e não tinha expectativas de quando ele teria fim. Embora conseguisse despertar a atenção das mulheres, com quase 40 anos Veltchaninov sequer era casado. Certo dia, durante a madrugada, acredita que seu lar estava em vias de sofrer uma invasão.

Na realidade, era Pavel Pavlovitch Troussotsky que estava a sua procura. Ele foi marido de Natalia Vassilievna, ex-amante de Veltchaninov. Pavel trazia consigo Lisa, sua suposta filha. Não tardou até Veltchaninov dar-se conta de que Lisa era, biologicamente, sua filha. Ao longo do enredo de “O Eterno Marido”, Dostoiveski aborda diversos temas, cabendo citar a infidelidade conjugal feminina, a relação entre o amante de uma mulher com o seu marido traído, a vaidade e o envelhecimento e importantes discussões filosóficas.

A narrativa começa com a construção dos personagens. Apesar de extensa, ela é fundamental para que a história adquira complexidade. As descrições não são demasiadas, mas é requerem a atenção do leitor para que ele compreenda a história.

Diferente do que muitos afirmam, em “O Eterno Marido” a escrita de Dostoievski não cansa o leitor e tão pouco é difícil de ser compreendida. Contudo, ela requer uma leitura pausada. Caso feita com atenção, adquire grande fluidez com os ganchos entre os capítulos criados com grande maestria pelo autor.

A história é extremamente verossímil. Dostoiévski construiu personagens com características psicológicas marcantes. As suas motivações foram muito bem explicadas. Algumas foram elucidadas no seu processo de construção, outras somente no decurso da narrativa. De uma coisa eu posso afirmar com segurança ao leitor desta resenha: “O Eterno Marido” não deixa pontas soltas.

A obra satiriza o conflito entre o marido traído e o amante de sua esposa. Veltchaninov e Pavel Pavlovitch entram em conflito, mas se consideram grandes amigos. Têm desprezo um pelo outro, mas já chegaram a dormir em uma mesma cama. Se digladiam, mas se beijam. Tentaram se matar, mas se ajudam em momentos difíceis.
Pavel precisa de Veltchaninov para realizar o mínimo desejo. Ele percebeu a traição que sofrera de sua esposa após o seu falecimento. Apesar disso, uma das principais intenções de Pavel Pavlovitch ao procurar Veltchaninov era a de restabelecer laços de amizade. Isso não anula o fato de a dúvida habitar a fronteira entre as consciências desses personagens durante toda a história.

Houve uma tentativa de criar uma narrativa imparcial na medida em que o narrador não conta a sua própria história para construir uma boa imagem diante do público. Contudo, é visível que a narrativa seja tendenciosa, uma vez que o narrador tem pontos de vista favoráveis a Veltchaninov.


Não podemos menosprezar a importância do narrador por esse motivo. Ele usa o discurso indireto livre, dando contribuição para a miscibilidade romanesca ao combinar o discurso direto com o discurso indireto. Além disso, as atitudes e as falas dos personagens não apresenta conclusões precisas ao leitor, fazendo do narrador uma fonte de juízo para diversos fatos narrados no livro.

Os personagens desempenham uma importância para a construção do enredo que não é inferior à do narrador. Falarei brevemente sobre cada um deles.

Alexei Ivanovitch tinha 39 anos. Era um homem sedutor e bem visto pelas mulheres. Embora ainda não fosse velho, a aproximação da terceira idade se fazia notar por pequenos lapsos de memória. Diferente de muitos protagonistas de outras obras de Dostoiévski, não tinha má sorte do ponto de vista financeiro. No início da história encontrava-se em um processo que poderia lhe trazer uma grande quantia em dinheiro.

Pavel Pavlovitch era viúvo da falecida Natalia Vassilievna. Há 9 anos não via Veltchaninov, amante de sua mulher. Alguns dos infortúnios ocorridos nesse período foram narrados, mas somente a ausência de um detalhamento massivo a respeito de como foi a sua vida nesse período contribui para o seu carisma enigmático durante a obra. Acreditava ser pai de Lisa, havida com Natalia Vassilievna. Ele deixa a menina com Veltchaninov e não muito tempo depois conhece uma nova mulher por quem se apaixona e decide com ela se casar.

Natalia Vassilievna é morta por uma grave doença poucos meses antes de Pavel Pavlovitch ir ao encontro de Veltchaninov. Nos primeiros capítulos do livro é explicada a sua relação com o protagonista da história, de quem foi amante. Ela não foi uma mulher de beleza e inteligência extraordinárias, mas conseguiu conquistar Veltchaninov e tornar o seu amante.


Lisa era filha de Natalia e Pavel. Veltchaninov se enternece com a sua situação e percebe que ela era, na realidade, sua filha. Ela é deixada por Veltchaninov no lar de outra família, e pouco tempo depois nele sucumbe.


Quando o nome de Fiódor Dostoiévski me é mencionado, as principais obras do autor que me vêm à mente são “Crime e Castigo” e “Irmãos Karamazov”. Já li uma porção considerável de livros do autor, e “O Eterno Marido” sem não possui uma qualidade inferior à média dos demais. Porém, se a compararmos com “Crime e Castigo”, por exemplo, constatamos que a qualidade do livro resenhado é inferior. Julgo “O Eterno Marido” como uma grande indicação de leitura, mas pelo motivo que citei anteriormente atribuí a nota ao livro. Ele não deixa, contudo, de ser melhor que muitos dos livros a que atribuí nota mais alta aqui no blog.

Caso tenha gostado da resenha e deseje ler outras nos mesmos moldes, siga-nos no instagram: @literaturaemanalise

site: https://literaturaeanalise.blogspot.com/2020/11/resenha-o-eterno-marido-fiodor.html
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Lívia 21/03/2021

O eterno marido
Certas obras nos provocam o pensamento "pq demorei tanto a ler?", essa é uma delas.

Recomendo, principalmente, para quem não conhece o autor, pois a narrativa é rápida e os diálogos são interessantíssimos.
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Sergio330 21/03/2023

O hipocondríaco de corpo, mente e alma
Foi meu primeiro contato com a literatura russa, e com Dostoievski. Gostei bastante, ele parece ter o dom de transformar um acontecimento que aparentemente é tão hodierno em algo tão enigmático que prendo o leitor. A instabilidade dos dois personagens, Veltchaninov e Pável nos coloca numa espécie de pêndulo , eles são tão inteiros e doentios que, mesmo sabendo que ambos são pessoas ruins, a fluidez da leitura faz com que esse pêndulo às vezes penda para Veltchaninov, às vezes para Pável. A cada página que passa a gente fica extremamente imerso, mas despregado desses personagens que não sabemos de forma alguma o seu caráter, ou nos recusamos a enxergar. Eles são o ápice, e o nocivo de qualquer sentimento, nada naquela relação deles é boa. Eles se odeiam, mas depois se confiam para voltarem a se odiar de novo, sem nenhuma razão objetiva, mas que é completamente exposta na interpretação de Veltchaninov e de Pável (fiquei encabulado em como a narrativa é em terceira pessoa mas o autor consegue nos inserir também na pessoa de Pável). Isso é completamente interessante. Instáveis. E essa instabilidade acaba por gerar acontecimentos tão comuns mas que geram um terror, como por exemplo - spoiler entre os parêntesis (eu fiquei com medo do Veltchaninov vendo uma pessoa em pé a noite e uma tempestade???). O autor nos mostra um personagem hipocondríaco, mas não só de corpo, como de mente e alma. Veltchaninov tem um senso de personalidade tão superior mas ao mesmo tempo não se gosta, vomitando a sua insegurança na vida alheia, criticando a tudo e a todos. Esse reflexo para mim é ponto crucial da obra, porque me levou a uma reflexão: Qual Pável é pior: o real ou o criado por Veltchaninov e qual é o pior Veltchaninov, se tivéssemos a visão desse Pável, que terminamos o livro e ainda ficamos com aquela esquisita sensação: que seres esquisitos.

Só retirei meia estrela porque os nomes russos seguem uma regra que percebo que é diferente mas ainda não entendi a lógica, de modo que são muitos nomes, e, ainda nomes diferentes para mesmas pessoas. Mas isso é pessoal
Débora 05/04/2023minha estante
Cataria vira Katia, é apelido, diminutivo. Ora se usa o ultimo nome, ora os dois primeiros. em outros livros, Ivan pode virar Vania e ganhar pelo menos 3 apelidos diferentes, e por ai vai...é assim mesmo


Sergio330 11/04/2023minha estante
aaaa eu to lendo o do ivan que vira vania agora, do humilhados e ofendidos né




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Alex04 02/12/2023

Casos de família russo antigo.
"Tem c0rn0 , tem p?t4, tem v14do .."
Isso tava melhor que novela das nove, eu simplesmente ADOREI, além de prender muito, ter um enredo cheio de reviravolta e intriga, tem oque o povo gosta né. Tem umas partes que achei bem lgtv né, mas talvez seja esquizofrênico.
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Juliana.Calfa 06/04/2020

Poucos, mas complexos
Gosto de anotar as minhas percepções sobre os livros, pq tendo a esquecer rápido.
O que me marcou foram os poucos personagens e o isolamento deles. (Diferente do Conde de Monte Cristo, que muitos personagens guardam relação entre si)
Os principais personagens são muito complexos e vc se divide o tempo todo sobre quem é bom e quem é mau. Fiquei com essa dúvida até a última página. Para mim isso demonstra o que os personagens são complexos e humanos. Mais ou menos em 70% a leitura fica mais interessante quando eles interagem com mais personagens e você começa a conhecê-los melhor.
O livro é pequeno e vale a leitura.
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11/10/2020

História de um russo classe média desencontrado na vida que recebe a estranha e inesperada visita do marido perturbado de sua ex-amante, quase uma década depois do fim do romance. Que obra!
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Otoniel.Filho 24/12/2020

O eterno marido
Dostoiévski mais uma vez impecável, inatacável quando o assunto é literatura, romance escrito com maestria, de beleza inefável
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18/07/2020

Vieltchâninov é um homem comunicativo, sedutor e atraente, apesar de ter já os seus 40 anos, uma forte hipocondria e um passado de recordações amargas. Ele não tenta enganar a si mesmo: sabe que tem uma régua moral curta e que é capaz de cometer atos condenáveis, caso representem uma vantagem para ele. Não é exatamente o tipo de personagem pelo qual gostamos de torcer; ainda assim, Dostoiévski, em um livro chamado ?o eterno marido?, nos faz tomar o lado do amante.

O suspense se inicia quando, após nove anos do término do caso entre Vieltchâninov e Natália Vassílievna, o amante de repente se vê frente a frente com o marido traído - agora viúvo. Páviel Pavlovitch aparece como uma figura trágica e ao mesmo tempo cômica, correspondendo à categoria de ?eterno marido? - aquele que vive para as necessidades de sua esposa -, inventada por Vieltchâninov, e inclusive fazendo jus a ela ao definir a si mesmo com os dois dedos acima da cabeça em formato de chifres. É um homem que bebe a própria tristeza e como que se embriaga com ela, arrastando junto para sua miséria a filha Lisa (em torno de quem também gira um grande mistério). Não há paz para Vieltchâninov durante todo o período em que Páviel se encontra na cidade. Como dormir tranquilamento quando o homem a quem você prometeu amizade e de quem logo após roubou a esposa se encontra parado de pé, no meio do seu quarto, na completa escuridão, encarando-o com o que só pode ser entendido como ódio mortal? Teria esse homem - reflete Vieltchâninov - a intenção de matá-lo?

Dostoiévski consegue dizer muito com poucas palavras. Captamos aspectos da personalidade dos personagens por meio do seu jeito de falar, da sua reação aos acontecimentos, dos diálogos angustiantes entre marido e amante. O suspense e a ambiguidade (e também o humor) perpassam todo o livro. A narração é feita de maneira impecável, e nenhuma frase é gratuita.

"Sim, amava-me por ódio; e este é o amor mais forte..."
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