Lucas1806 30/08/2022
Uma tragédia épica da Primeira Era.
Para quem já leu O Hobbit e O Senhor dos Anéis, esse livro é uma boa introdução ao "velho testamento" da mitologia tolkieniana, em um estilo narrativo bem mais complexo que SDA, mas não tão desafiador quanto O Silmarillion.
Conta a história de Túrin Turambar, um dos heróis humanos da Primeira Era. A história é contada de forma resumida em um capítulo do Silmarillion, mas aqui temos uma versão romanceada, mais desenvolvida, e de uma maneira fácil de acompanhar. É uma história marcada por tragédias, repleta de cenas violentas e mortes trágicas, não sendo, portanto, uma obra infanto-juvenil como as mais conhecidas do autor. O plot-twist central, mais para o final da história, também é perturbador, embora quem já tenha lido O Silmarillion saiba o que acontece.
Temos aqui, também, um dragão, Glaurung, o mais desenvolvido como personagem e com mais presença entre os dragões anteriores a smaug. Outros dragões de Tolkien, como Alcalagon o Negro, são apenas rapidamente mencionados em O Silmarillion. Já Glaurung é o vilão central de Os Filhos de Húrin, além do próprio Morgoth. É um clássico épico de herói versus dragão, inspirado claramente por Sigurd, da mitologia germânica, e Beowulf, poema épico medieval também republicado por Tolkien.
Ao contrário de Beren e Lúthien e A Queda de Gondolin, essa versão cumpriu bem a proposta de adaptar de forma mais extensa um dos contos do Silmarilion. Os outros dois apenas apresentaram diferentes versões da mesma história e com comentários de Christopher Tolkien, ótimos para quem quer se aprofundar no estudo da literatura, mas para o leitor cotidiano o melhor é ler só o Silmarillion mesmo. Já Os Filhos de Húrin pode muito bem ser apreciado pelo leitor comum, não apresenta tantos comentários ou detalhes além da história em si.