spoiler visualizarJosé Eduardo 12/06/2024
Você convive com um eterno estranho, que é você mesmo, e também uma versão que cada pessoa que te conhece, criou de você. Pode ser o herói ao mesmo tempo que o vilão, depende de quem te inventou.
Li fazendo o uso de um marca texto, e até as 4 primeiras partes do livro (são 8), acabei destacando muitas partes interessantes. De fato, o livro é sim muito interessante, te faz fazer questionamentos, e ver a realidade com outros olhos, ele te incita a fazer isso, e eu amei!
Acontece que o autor é muito repetitivo, e não há nenhum problema se você pular 1 ou duas páginas, porque no final das contas, era apenas ele descrevendo o ambiente, que em suma, não soma nada a história.
Entendo também que toda essa enrolação, é para fazer com que o leitor tenha clara consciência do rumo existencialista e de 'loucura' que o protagonista esta tomando. Absurdamente observador, critico e detalhista, e isto explica tantas páginas em devaneio.
A história começa de fato na parte 6 em diante, quando realmente ele faz coisas que o seu eu, sem ser o desconhecido que vive com ele, sendo ele mesmo, decide agir.
De um ponto de vista pessoal, o eu lírico é burro kk, o cara herdou um banco, e simplesmente se desfaz dele porque a riqueza que ele tinha era de alguma forma atrelada ao seu pai, e ele mesmo nunca foi capaz de fazer nada.
No final, ele faz uma escolha que facilmente poderia ser replicada por pessoas reais. Ele decide não se olhar mais nos espelhos, e acaba por não correr atrás de conhecer as várias versões que existe dele. Que exista, mas que exista na cabeça de cada um e assim será. O eu particular dele é e será um eterno desconhecido.