Um, nenhum e cem mil

Um, nenhum e cem mil Luigi Pirandello




Resenhas - Um, Nenhum e Cem Mil


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EduardoCDias 23/06/2022

Como os outros nos vêem
Último romance publicado por Pirandello. Moscarda, herdeiro de um banco, um dia se assusta quando sua mulher lhe diz que seu nariz é torto para a direita. Começa então a perceber a pluralidade dos indivíduos, que são diferentes para cada pessoa com quem se relacionam, levando-o à perda da sanidade com o desenvolvimento dessa teoria.
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Helena Gáti 21/06/2022

Após ouvir um comentário feito por sua mulher, Moscarda começa a questionar suas percepções sobre vida, e especialmente as percepções dos outros sobre si mesmo. Entendendo que nada nunca será visto ou compreendido da mesma forma por duas ou mais pessoas, ele se encontra em uma crise de personalidade que muda totalmente a trajetória de sua vida.
A partir dessa uma observação, ele começa a propor reflexões sobre si mesmo, sobre sua vida e sua existência. Esses questionamentos são o ponto de tensão principal da obra, pois ao longo da história eles parecem consumir cada vez mais o protagonista que se aproxima cada vez mais do clímax de suas ponderações.
Narrado em primeira pessoa, em um diálogo com o leitor, a leitura é fluida e o engaja em cada desenvolvimento de Moscarda, que demonstra que somos únicos ao mesmo tempo que somos vários mas também podemos ser nenhum. Pirandello deixa uma grande obra como legado, uma que todos deveriam ter a oportunidade de ler pensar junto ao protagonista a mais íntima de suas reflexões.
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Laura 09/06/2022

Um, nenhum e cem mil
No geral eu gostei do livro, me deixou bastante reflexiva e aborda um assunto complexo, falando sobre como as pessoas enxergam as outras, e como é difícil / impossível se ?ver? de verdade.
A escrita do autor é bem complexa, demorei mais do que normalmente pra terminar de ler, mas acho que vale a pena ler se esse for um assunto que te interessa!
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its.ale 04/06/2022

Fiquei bastante pensativa com as coisas que o autor traz nesse livro, se formos parar pra pensar a fundo no fato de nós mesmos termos vários "eus" diferentes, que são vistos de formas distintas pelas pessoas ao nosso redor a minha cabeça explode.

Essa foi uma leitura bastante complicada pra mim, apesar de o livro ser curto, acabei demorando mais que o habitual porque não tava fluindo muito bem. A escrita do autor é bastante difícil e reflexiva, acho que foi isso que me pegou e me fez não ficar tão presa nessa obra. Ainda, conforme lia acabei achando bastante repetitivo e monótono. Então isso acaba explicando o porquê da minha nota.
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Flávio 17/05/2022

Somos um. Somos vários.
Uma reflexão sobre o eu que pode ser vários. Somos únicos. Mas tambem somos vários. Como me enxergo, me percebo ?

Um livro muito bom, a temática muito interessante que traz grandes reflexões. Se tornou um dos que mais gostei.
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Rafa 22/03/2022

"Um, nenhum, cem mil", um Pirandello
"A senhora só pode reconhecer-se posando: estátua sem vida. Quando alguém vive, vive sem se ver. Conhecer-se é morrer. A senhora fica tanto tempo se olhando nesse espelho, em todos os espelhos, porque não vive. Não sabe, não pode ou não quer viver. Quer se conhecer em excesso - e não vive?. - p. 199

Tudo começou com um nariz, que caia levemente para a direita. A narrativa se desenvolve ali nas raias do absurdo, onde reverbera o riso. Mas é um livro sobre a solidão. Ele era o banqueiro usurário, imagem de seu pai; era o marido, Gengê; era Vitangelo Moscarda, a quem se solicitava a mão de assinar as ordens no banco... cem mil Moscardas e, no entanto, quem ele era? A imagem que o olhava no espelho não pronunciava resposta, sendo ela mesma uma pose, calculada. Havia um sequestro de seu ser pela imagem ali refletida, toda espontaneidade acabava. Ao se distrair, já não podia se ver. Quem era?

Aos poucos o que se descortina é o horror: a solidão de não se encontrar na imagem dada pelos outros e não ter imagem para si.

Cada um cria uma diversa realidade para o nosso personagem, as quais, sendo dele, no entanto, não lhe é facultado penetrar. E quem o poderia ver, ultrapassar-lhe o nariz? Como alterar esse quadro, tornar-se um, enfim?

Lacan defendeu que a nossa identidade deriva de imagens como em um espelho. Esse seria o modo como aprenderíamos a nos ver, como formaríamos nosso ego. Através da imagem que o outro tem de nós. Vários outros, ?milhares de imagens fraturadas e fortuitas, como numa colagem cubista? (Manguel).

A proximidade desta narrativa com ?Seis personagens à procura de um autor?, peça do mesmo autor, é gritante! E os textos conversam entre si: a mutabilidade e infinitude do ser (somos tantos, e um a cada momento); o vazio das palavras e a decorrente dificuldade de comunicação quando todos trazemos dentro de nós um mundo de coisas, que inevitavelmente ditarão o tom da interpretação de quem fala e de quem ouve; a construção que fazemos de nós e que fazem de nós.

Mais: o personagem e o homem - "Um personagem, senhor, pode sempre perguntar a um homem quem ele é. Porque um personagem tem, verdadeiramente, uma vida sua, assinalada por caracteres próprios, em virtude dos quais é sempre "alguém". Enquanto um homem, não me refiro ao senhor agora, um homem, assim, em geral, pode não ser ninguém". (Seis personagens..., p. 349)
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aishameld 18/03/2022

Diferente e Intrigante
Comecei assustada com quanto a história se aproximava dos meus pensamentos, depois de certo ponto, isso mudou totalmente.
Achei bem legal a história, diferente de tudo que já li, mas acho que poderia ser melhor e eu esperava algo diferente do que foi, então é bom mas não como imaginei que seria.
Apesar disso, me identifiquei em muitos pontos, diversas falas deveriam ser coerentes à todos.
Em questão de escrita, gostei também, a narrativa segue ritmo e tom legais, os personagens te deixam curiosos e o protagonista é complexo, te levando a querer mais e mais conhecê-lo, descobrir seu fim.
O ocorrido entre Moscarda e Anna ficou meio solto, ao meu ver, mas não estraga a narrativa.
Daria uma nota 3,9, porque 4 tem outros livros que me impactaram mais, porém ainda assim, recomendo bastante.
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Demes0 09/03/2022

Você já parou para pensar que você pode ter multiplas personalidades?
Isso partindo do prisma de cada uma em sua volta. Se não consegue imaginar, tente agora idealizar como cada pessoa que o cerca lhe enxerga! Certamente cada um de uma forma, concorda?

Com base nisso, questione como cada um identifica você. Bem complicado não é? Eis uma das perturbações geradas a partir do livro Um, nenhum e cem mil de Luigi Pirandello.

A narrativa iniciar com o protagonista, Moscarda, ao perceber algo diferente no seu nariz. E assim ele percebe que sua imagem é construida pelos outros. À medida em que ele vai perguntando sobre o seu nariz, ele constata que sua imagem não condiz com o que os outros respondem. E assim ele começa a ter uma crise de identidade. Afinal, esse de fato sou eu mesmo?

Ele se via com um nariz reto ao passo que os outros viam alguém com nariz torto. E isso é só o começo do dilema! E começa a questionar não so isso mas os "eu's" que os outros o enxergam!!

Aos poucos vão surgindo revelações que supostamente ele não identificava antes: sobre seu pai e o banco que ele herdara; sobre sua esposa e o eu com o qual sua esposa estava traindo-o. Imagina ai a tensão sobre tudo isso!

E essas micro-personalidades que vão surgindo ou descobrindo levam-o para uma tensão que perde o controle e então...(sem spoiler).

Um livro bem interessante, filosófico e psicológico! Creio que há uma tentativa de desconstruir cada valor que as pessoas tem a respeito dele. E ele tenta eliminar essas personalidades que existem dentro dele.

Agora, imagina esse mesmo Moscada nos dias atuais, de redes sociais!? rsrsr
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luvrrcch 06/03/2022

o desconforto de confrontar a própria existência no conforto da escrita leve de Pirandello, no conforto de ter Moscarda como um amigo que nos recebe para contar sua história. Belíssimo livro. ele não vinha à vida durante a leitura, mas distante dela, silencioso e sutil, me fazendo observar tudo para além de mim. me desresponsabilizando pela visão dos outros e me responsabilizando pelas minhas visões sobre as visões dos outros sobre mim. é daqueles que muda vidas.
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queenie 03/02/2022

"Infelizmente eu existo e vocês existem, infelizmente."
" Sejam sinceros:nunca lhes passou pela cabeça se desejar ver viver"

Sim. Quase todos os dias. Por isso me senti atraída pela ideia que esse livro traz. Ele tem um profunda reflexão sobre autoconhecimento e sobre a percepção dos outros sobre nós.

De início foi uma leitura MUITO interessante, mas que foi se tornando repetiva e até confusa (ao menos para mim). No entanto, ainda continua sendo uma leitura bastante intrigante e que vale a pena.
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Anna 02/02/2022

01.02.22
Gostei muito do início do livro. Refleti bastante. A ideia de que ninguém tem a mesma visão de mim, inclusive a minha versão que eu julgo verdadeira, me atingiu em cheio. Me fez pensar que não podemos julgar as pessoas por somente alguma ação ou fala, pois talvez aquilo não a defina completamente.

Lá pelo meio do livro já comecei a achar chato. O aprendizado que tirei do livro foi apresentado somente na primeira metade. Depois é só o personagem principal ficando meio doido (porque depois de chegar a certas conclusões, ele não vê mais sentido em nada).

"E quem sabe quantas vezes eu não falara sem qualquer suspeita do nariz defeituoso de Fulano ou de Cicrano e por isso, quantas vezes não fizera rirem de mim e pensarem: 'Vejam só este pobre homem que fala dos defeitos do narizes dos outros!' (o personagem tem o nariz "defeituoso")

"Notamos facilmente os defeitos dos outros e não percebemos os nossos."

"Eu não era para os outros o que até agora, dentro de mim, imaginava que fosse."

"Se para os outros eu não era quem eu acreditara ser para mim, quem eu era?"

"Que relação há entre as minhas ideias e o meu nariz? Para mim, nenhuma. Eu não penso com o nariz, nem me importo com meu nariz, pensando. Mas e os outros? Os outros que não pode, ver dentro de mim as ideias e veem de fora o meu nariz? Para os outros as minhas ideias e o meu nariz têm tanta relação, que se minhas ideias, suponhamos, fossem muito sérias e o meu nariz muito engraçado por sua forma, eles começariam a rir."

"Qualquer um podia pegar aquele corpo ali para fazer daquele Moscarda o que quisesse e lhe agradasse, hoje de um modo e amanhã de outro, de acordo com os casos e humores."

"Aquele corpo por si só era tanto nada e tanto nenhum, que um fio de ar podia faze-lo espirrar hoje, e amanhã levá-lo embora."

"Por que continuam a acreditar que a única realidade é a de vocês, esta de hoje, e se espantam, se irritam, gritam que seu amigo está errado, o qual, por mais que faça, nunca poderá ter, pobrezinho, o mesmo espírito de vocês?"

"Vocês, meus caros, nunca saberão, nem eu nunca poderei lhes explicar como se traduz em mim o que vocês dizem. Vocês não falaram turco. Eu e você usamos a mesma língua, as mesmas palavras. Mas que culpa temos, eu e vocês, se as palavras, em si, são vazias. E vocês as enchem com o seu sentido ao dizê-las e eu ao recebê-las, inevitavelmente, as encho com o meu sentido. Achamos que havíamos nos entendido, mas não nos entendemos de maneira nenhuma."

"Há um minuto, antes que isso lhe acontecesse, vocês eram outros; não só isso, mas também eram cem outros, cem mil outros."

"Mas poderia ser realmente meu aquele corpo, poderia realmente pertencer a mim, se não era eu quem ela abraçava e amava?"

"E não cometo com os outros o mesmo erro de que tanto me lamento?"

"Não estamos inteiros em uma determinada ação, portanto não seria uma atroz injustiça sermos julgados apenas por ela, ficarmos presos e suspensos nela. subjugados, por toda uma existência, como se esta se reduzisse àquela ação?"

"Morro a cada instante, e renasço novo e sem recordações: vive e inteiro, não mais em mim, mas em todas as coisas fora de mim."
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Carol 01/02/2022

Um dos melhores livros que já li, onde a personagem principal, Vitangelo Moscarda, é capaz de fazer uma reflexão identitária muito profunda em cima de um comentário que sua esposa faz: ?seu nariz é mesmo ligeiramente torto para a direita?.

Quando Vitangelo percebe suas imperfeições ele começa a observar o fato dele ser um corpo e ser visto de forma diferente por cada pessoa. Um outro detalhe importante é que o ?Moscarda de nariz torto? também reflete no ponto que a cada segundo ele se torna uma pessoa diferente e o antigo Moscarda de um segundo atrás deixa de existir.

Explicar uma filosofia profunda em forma de conto e com tanta clareza é uma arte, super indico este livro! Muito conhecimento pode ser tirado dele!
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Ludmila.Mattos 19/01/2022

Um, nenhum e cem mil
Desafio DLL21 em memoriam @bloglivreando
Livro: Um, nenhum e cem mil
Autor: Luigi Pirandello
Tema: autor italiano

Pirandello é um dos autores mais conhecidos da literatura italiana moderna. Nascido na Sicília em 1867, romancista, dramaturgo e poeta, é reconhecido como um dos precursores do Teatro do Absurdo, embora esta obra seja um simples romance.

?Nenhum nome resta, nenhuma lembrança, hoje, do nome de ontem ? ou do nome de hoje, amanhã. Se o nome é a coisa, se um nome é, em nós, o conceito de cada coisa situada fora de nós, e se, sem nome, não há o conceito, ficando em nós a coisa como cega, indistinta e indefinida, então que cada um grave aquele nome que eu tive entre os homens, entalhando-o como um epitáfio sobre a fronte daquela imagem com que lhes apareci, deixando-a em paz e relegando-a ao esquecimento. Um nome não é mais do que isso: um epitáfio. Convém aos mortos, aos que concluíram. Eu estou vivo e sem conclusão. A vida não tem conclusão ? nem consta que saiba de nomes. Esta árvore, respiro trêmulo de folhas novas. Sou esta árvore. Árvore, nuvem. Amanhã, livro ou vento: o livro que leio, o vento que bebo. Tudo fora, errante.?

Vitangelo Moscarda passa a se olhar de outra forma por causa de um comentário que sua esposa faz: ele tem um pequeno defeito no nariz. Esse fato faz com que Gengê, como é chamado por sua esposa Dida, faça uma reflexão a  respeito de sua pessoa, de como as outros o veem e o que elas pensam a seu respeito. Em seu pensamento existem vários Moscarda vivos no olhar dos outros referente a si mesmo. E ele quer descobrir quem são esses Moscarda, e qual deles ele quer ser. Confuso? Sim, as divagações, as reflexões de Moscarda sobre ele mesmo não tem fim, e desde que comecei a ler o livro a ideia que tive foi: esse cara é louco.
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