Um, nenhum e cem mil

Um, nenhum e cem mil Luigi Pirandello




Resenhas - Um, Nenhum e Cem Mil


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Eloiza Cirne 06/02/2020

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Com um estilo irônico e divertido, Pirandello nos conduz pela percepção de mundo de Vitangelo Moscarda. Se observarmos com calma, algumas de suas questões são as nossas próprias. Livro para se ler devagar, voltando parágrafos inteiros para entrar no mundo de um personagem inesquecível.
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Gabriel.Tesser 04/12/2019

Fascinante
Esse livro é pancada! Devorei em poucos dias. É fascinante. Pirandello ?transcreveu? parte das minhas próprias experiências ao enfrentar o espelho, tentando conhecer a mim mesmo. Ver-me de outra forma, antecipar-me ao espelho para enxergar como sou, como pareço aos outros, obviamente sem sucesso. Gosto de livros assim, que colocam você contra a parede para refletir, compreender parte da sua loucura, sua inépcia, descontrole, letargia contra o mundo, ou pior, contra você mesmo. O livro é lindo, é simples. Conta sobre um Moscarda que se descobre um, nenhum e cem mil depois que sua esposa lhe aponta um defeito no nariz. O espelho lhe revela o desconforto físico que vai além, projeta para a alma, para suas ações como ser humano, beirando à loucura (ou seriam os outros os loucos?). É profundo e delicado, transfere um conhecimento autocrítico se o deixarmos entrar a casa. Uma oferta de mudança e entendimento sobre a vida que pode fazer diferença. Poderia colocar esse livro como aqueles essenciais à leitura. Vai dar desconforto e crise de personalidade, sim, mas é o risco que se corre ao produzir uma nova visão sobre si mesmo, questionamentos que fazem mais sentido hoje contra as aparências apresentadas nas redes sociais. Ninguém é o que parece aos olhos alheios, não importa o que você pense sobre si, o outro não pensará igual. Pirandello nos questiona se essas impressões realmente importam? bem, cabe a você tirar essas conclusões se tiver um pingo de coragem. Abraço apertado!
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Valério 11/01/2019

Loucura por todos os lados
O autor do livro ficou louco. O personagem principal ficou louco.
E eu quase fiquei também.
O protagonista tem um surto de identidade. Começa a desintegrar o seu eu em vários "eus" paralelos.
É uma loucura. Mas muito interessante.
É necessária uma mente brilhante para gerar uma obra como essa. Espero que o autor não tenha ficado.. louco.
Enfim: Excelente livro. Divertido, interessante e curioso.
Allen Iacara 26/03/2019minha estante
Kkkkkkk




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Babi.Dias 24/04/2018

LOKO
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Marinho 03/08/2015

Você, quantos são você?
“Quem somos?” é uma pergunta tão inerente à capacidade de autoconsciência do homem que guia o direcionamento da filosofia desde o seu princípio. Em uma obra densa, que é menos um romance que um monólogo metafísico, Luigi Pirandello modifica essa questão básica: transforma-a em “Quantos somos?” e, a partir dela, tece um discurso sobre a complexidade do espírito, a dicotomia entre ser algo e parecer algo, e o jogo de aparências sociais que suprime a existência de tal complexidade.

É possível traçar um paralelo interessante entre esse livro e outro com igual poder de visão interior: “A Paixão segundo G.H.”, de Clarice Lispector. Em ambos os livros, um acontecimento trivial (lá, uma barata em um armário; aqui, a percepção de um defeito congênito) são responsáveis por desdobrar toda uma série de dúvidas e questionamentos psíquicos, em um momento único de inspiração no qual o personagem “se percebe” como ser pensante. Mas enquanto na obra de Clarice essa “viagem” interna é essencialmente a nível de indivíduo, Pirandello aborda também as consequências que tal existência de “várias pessoas em uma” implica no âmbito social.

Segundo ele (através da voz do protagonista, Vitangelo Moscarda), não é possível descrever com exatidão a persona que habita um corpo físico, pois a alma constitui-se de um amplo universo psíquico; um livro com várias páginas, sendo que cada uma corresponde a um traço da personalidade. E tais páginas não são lidas na totalidade por aquela pessoa no qual o indivíduo interage, sendo portanto impossível para o alheio conhecer este em sua totalidade, sendo que nem o próprio indivíduo se conhece. Em outras palavras, o ser humano possui uma enorme capacidade, imanente e inconsciente, de metamorforsear-se e moldar-se às pessoas e às circunstâncias ao seu redor, tornando-se assim uma constante “imagem” do que realmente é. Se para A você é X, para B você pode ser Y. O que realmente acontece é que você é, ao mesmo tempo, X e Y, mas A ou B só conseguem ver um lado seu, aquele lado que eles optam, também inconscientemente, para que se torne o seu característico.

Justamente por ser um atributo, quase sempre, involutário, a ação têm o seu início quando Moscarda percebe a dimensão do valor social de tal fato. Afinal, em um só, quantos homens existem? O homem que está aqui, agora, pode não ser o mesmo que estará neste mesmo corpo daqui a alguns segundos. O simples ganho de um conhecimento já pode ser responsável por modificar o pensamento e, por isso, transformar o homem. O homem do presente nunca é o mesmo homem do passado. Podem existir (e existem) vários ids coexistindo, como se o corpo fosse o condomínio de centenas de almas, sem nunca se ter a certeza exata de qual delas está assumindo o corpo físico em determinado momento. E aí somos levados à questão cuja resposta intitula o livro: “Quantos somos?” Podemos ser dez, cem, mil, cem mil, dentro de uma só unidade. Ou de fato “não somos”. Não existimos como um, mas sim como vários, o que leva a crer que nós (o eu) , como cremos piamente existir como únicos, não existe. Somos “um, nenhum ou cem mil”. As três respostas estão corretas.

E, se já é bastante penoso para alguém ter que lidar com essa apresentação multifacetada do ser, em batalhas de ‘”si contra si mesmo”, as limitações impostas pela vida em sociedade, que exige um comportamento ereto e contínuo, são um contraponto à existência de múltiplas personalidades, pois o homem responde por suas ações como um só, abstendo-se das inconstâncias de pensamentos. A vida social, portanto, segundo o autor, torna-se um desafio, pois é preciso a todo momento saber lidar com as escolhas, e escolher de um modo unitário e moral, condizente com a conduta precedente do indivíduo. Qualquer passo fora dessa linha pode automaticamente ser entendido como loucura. Deve-se escolher as máscaras para usar, vestindo o espírito o máximo possível, e deixar com que enxerguem apenas a ponta do iceberg interior, em nome de uma rígida estrutura indissiocrática.

Como Pirandello afirmou, ele não é escritor de farsas, como a desconstrução social e o bom humor da obra podem até sugerir, mas sim de tragédias. A estrutura social é bastante firme; questionamentos e desalinhos com a maneira comumente unidimensional de entender o caráter não serão bem quistos. A partir do momento que o homem ganha a consciência de sua multiplicidade, ele está fadado a viver em uma “prisão dentro de si”, com correntes invisíveis atadas pela vida em conjunto de não se expressar tudo aquilo que ele tem vontade ou poderia vir a se tornar. A fuga da materialidade, a necessidade de comunhão com a natureza, a recusa em se permitir viver em tal estado de aparências que mais lhe parece uma bufonaria, tudo isso é facilmente compreendido do ponto de vista ontológico; mas a sociedade é, essencialmente, ôntica, e tal conduta é concluída como insanidade.

Ao permitir uma vasta abertura para o leitor olhar tanto “para dentro de si mesmo” quanto “para o mundo ao redor, “Um, Nenhum e Cem Mil” torna-se assim uma importante obra da literatura moderna. Ao obrigar a quem o ler tentar reconhecer quem realmente representa aquela imagem que aparece no espelho, pode-se constituir tanto,a depender do curso de tais reflexões, em objeto tanto de fixação das correntes quanto de libertação.
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Dose Literária 19/03/2014

Mergulho filosófico em "Um, nenhum e cem mil"
O texto de hoje é sobre o livro "Um, nenhum e cem mil" de Luigi Pirandello. A resenha foi escrita pelo nosso colaborador Fábio Michelete.

Até onde você está disposto a ir, quando mergulha em seus pensamentos e reflete sobre sua vida, sua identidade e um sentido para suas experiências?

Intuo que todos nós temos esses momentos filosóficos pessoais. É uma necessidade, como dormir e comer. Melhor, é um automatismo, como o pulsar de nossos corações. Temos esta impressão de que somos únicos e especiais, ao garimparmos boas ideias em nosso íntimo, ao mesmo tempo que ansiamos por ver essas ideias também descobertas por outros. Ficamos felizes quando as vemos confirmadas nas palavras de alguém que respeitamos, ou nas páginas de um livro.

Continue lendo em

site: http://www.doseliteraria.com.br/2014/03/mergulho-filosofico-em-um-nenhum-e-cem.html
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Fabio Michelete 19/03/2014

Mergulho Filosófico
Até onde você está disposto a ir, quando mergulha em seus pensamentos e reflete sobre sua vida, sua identidade e um sentido para suas experiências?

Intuo que todos nós temos esses momentos filosóficos pessoais. É uma necessidade, como dormir e comer. Melhor, é um automatismo, como o pulsar de nossos corações. Temos esta impressão de que somos únicos e especiais, ao garimparmos boas ideias em nosso íntimo, ao mesmo tempo que ansiamos por ver essas ideias também descobertas por outros. Ficamos felizes quando as vemos confirmadas nas palavras de alguém que respeitamos, ou nas páginas de um livro.

Uma epifania está lá, espreitando no escuro, para te pegar no momento entre a vigília e o sono, ou ensaboado no banho, entre as falas de uma aula, num copo de vinho, ou observando as faixas na estrada. É como se distraídos pudéssemos acessar uma prateleira com informações que sempre estiveram lá, mas por alguma razão permaneciam empoeiradas, aguardando que explorássemos seu conteúdo.

Algumas dessas ideias que construímos, tenho a impressão, não evoluirão até mais do que simples sensações ou certezas, difíceis de traduzir em palavras. Quando tentamos fazê-lo, parecem perder seu charme, sua sabedoria se esvai, fugidia – ou pior, tornam-se errôneas, incompletas. Outras vezes, nos vemos chegando a conclusões já conhecidas e expressas por outros, com uma sensação de que chegamos a ela de um jeito novo, e que ao invés de termos andando em círculos, traçamos um espiral, revisitando ideias num nível acima do anterior, renovados por alguma mudança que sua chama produziu em nós.

Neste livro, o personagem descobre, a partir de um inocente comentário da esposa, que não é quem pensa que é. Ou melhor, que é para cada um que o vê uma pessoa diferente. Impotente diante da construção que os outros fazem de si. Esta descoberta evolui com as páginas do livro, com implicações enormes em sua vida.

Luigi Pirandello faz este mergulho sem qualquer rede de segurança. Olha para a escuridão confiante, como se soubesse de antemão ser capaz de lidar com quaisquer perigos que saíssem dali. Mais que isso, convence-nos que não é ele próprio (o autor) quem faz este percurso, mas seu personagem principal. Podem imaginar como é fascinante ser testemunha dessa façanha? Ler o destrinchar de pensamentos complexos, traduzindo-os na experiência e contexto de seu personagem, convencendo-nos que não se trata dele próprio? Dar a esta divagação ritmo suficiente para que possamos acompanha-lo, e ao mesmo tempo sermos surpreendidos ou uma ou outra decorrência desta ideia inicial.

Achei fantástico. Virei fã, e sem dúvida procurarei outros livros do autor.

Trecho Selecionado:

- Porque para se ver é preciso fechar a vida em um átimo. Como diante de uma máquina fotográfica. A senhora assume uma pose. E posar é como se tornar uma estátua por um momento. A vida se move continuamente, e nunca pode ver a si mesma.
- Quer dizer que eu, viva, nunca me vi?
- Jamais como eu posso vê-la. Mas eu vejo uma imagem da senhora que é só minha – uma imagem que certamente não é a sua. A sua, viva, a senhora talvez a possa ter vislumbrado em alguma foto instantânea que lhe fizeram. Mas sem dúvida deve ter tido uma ingrata surpresa. Talvez tenha até relutado em se reconhecer naquela imagem descomposta, em movimento.
- É verdade.
- A senhora só pode reconhecer-se posando: estátua sem vida. Quando alguém vive, vive sem se ver. Conhecer-se é morrer.
(...)
Estou certo de que ela, assim como eu, depois daquela fala e de tudo o que já lhe dissera sobre o tormento do meu espírito, experimentou naquele exato momento a sensação de ver abrir-se à sua frente, desmesurada e tanto mais pavorosa quanto mais lúcida, a imagem de nossa irremediável solidão.
(...)
Todo o orgulho desmoronava.
Ver as coisas com os olhos que não podiam saber como os outros olhos a viam.
Falar para não ser entendida.
Não valia mais nada tentar ser alguma coisa para si.

E nada mais era verdade, já que nenhuma coisa era em si verdadeira. Cada um por sua conta a assumia como tal, apropriando-se dela para preencher a própria solidão e dar à sua vida uma consistência qualquer, dia a dia.
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Danielle 27/01/2014

Uma obra coerente
O livro se inicia de forma fluida, direto ao ponto. Uma cena cotidiana, uma pequena conversa e na segunda página já se sabe o que atormentará Moscarda pelos capítulos seguintes. O personagem é como um desconhecido que com poucas palavras ganha o interesse do leitor com sua franqueza. Conhecemos Moscarda por seus pequenos defeitos físicos, para logo depois sermos apresentados a suas ideias paranoicas e, somente ao fim do primeiro livro, conhecer sua figura de cabelos arruivados e moldá-la em nossa imaginação cada qual à própria maneira – principal preocupação do homem de nariz torto.

Apesar de instigante, o livro é um tanto repetitivo, o que talvez seja só uma maneira de ilustrar a máxima “Pensamos que nos entendemos, mas não nos entendemos de modo nenhum”, ao mostrar como o personagem acredita em nossa incapacidade de compreender suas palavras com o mesmo significado que ele as deu ao escrever, e tenta através da repetição obrigar-nos a compreendê-las.

O desenrolar é surpreendente para quem esperava do personagem apenas uma longa conversa reflexiva. Os acontecimentos se mostram necessários para dar peso às considerações de Moscarda, levando-as para o “mundo real”. Algumas cenas, porém, me pareceram mal arrematadas, deixando o enredo final um tanto confuso.
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Paula 24/11/2013

Livro sensacional, o autor traz reflexões profundas de forma a tornar a leitura muito agradável. Impossível não se questionar sobre vários aspectos da existência humana.
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Daniela M Bertuolo 02/10/2012

Não gostei
No começo gostei achei até engraçado o modo como ele divagava a respeito do defeito no nariz
No meio enjoei
E no fim eu dei graças a Deus que acabou! rs
Debora 08/11/2012minha estante
Deve ser parecido com o livro O Bigode, em que o personagem passa o livro inteiro enlouquecendo por conta do seu bigode e o fato de ninguém reparar que ele o raspou.

Mas eu gostei muito, e agora to doida pra ler esse, a proposta deve ser parecida.




Tapioca 15/09/2012

Ao ter sua percepção de si confrontada pela esposa, Vitangelo Moscarda percebe que cada indivíduo possui uma consciência própria e que, portanto, a cognição de cada um lhe é particular e incomunicável. Moscarda então surta na solidão existencial de seu ego, assumindo que o personagem que ele havia atribuído a si próprio só existia para ele, portanto não fazia sentido sê-lo. Passa então entregar-se às múltiplas personalidades que lhe atribuem, mas também a descontrui-las, de forma a provar a todos que, assim como o personagem que ele havia inventado para si só existia para ele, também os outros personagens eram criações particulares de cada um. Essa crise de personalidade leva todos a construírem um novo personagem comum, o Vitangelo louco, no qual o narrador se acomoda, pois é o único personagem livre dos constrangimentos de ser alguém para alguém. Sendo louco, Vitangelo pode ser nenhum ou cem mil, conforme o momento lhe aprouver, mas não consegue mais ser um. A narrativa, portanto, conta a história sobre como um personagem entra em crise de identidade, mergulhando num processo de multiplicação de sua personalidade de acordo com as percepções que lhe atribuem e nesse processo acaba não conseguindo mais encontrar uma identidade que dê coerência a sua vida e aos seus relacionamentos sociais. Embora tenha sido escrito no começo do século, o livro tem um conteúdo querido aos pós-modernos, que é a contestação da verdade. Vitangelo enlouquece no infinito de possibilidades que a pós-modernidade proporciona ao indivíduo, quando constata que não há verdades coesivas. É o eu-cartesiano que confirma sua própria existência estando consciente, mas que acredita que a consciência é intrasmissível. A percepção de cada um pertence somente a esse um e não pode ser compartilhada. Certamente, Vitangelo nunca aventurou-se com experiências psicodélicas.
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Ivan Picchi 01/08/2010


Leiam

e agitem ai o espírito de estado ;P
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Suzane 04/06/2010

Um homem reparou num defeito do seu corpo apontado pela sua mulher. Faz uma hiper tempestade em copo d'água: como que com 30 anos, acho, de vida não tinha reparado em um defeito que provavelmente todos percebiam? Disso chega a conclusão de que não é para os outros o que pensa ser, mas que é para os outros o que eles pensam que ele é. Até aí tudo bem... O problema é que ele não cansa de explicar isso e fica dando voltas, até agora ele ainda está tentando explicar o que dava pra ser explicado em um parágrafo. Estabelece também um diálogo com o leitor, mas de um jeito de quem tem mania de perseguição: o leitor tem uma alta e definida noção de si e não compreende as divagações do narrador. Quem tem pacoiência para uma divagação intelectual que já é um lugar-comum, leia, com certeza será um bom livro.
Ivan Picchi 23/07/2010minha estante
intelectual o q, lol

nem é a proposta O.o

bom, é um dos melhores livros q eu ja li =T


andre.rossipola 05/05/2015minha estante
Análise rasa.




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