Lolita

Lolita Vladimir Nabokov




Resenhas - Lolita


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Murphy 08/01/2023

De fato, deve ser um clássico no meio psiquiátrico
E lá vamos nós... A escrita de Vladimir é bem desenrolada, o que deixa o livro maçante é o narrador. A história é mais um monólogo, visto que apenas o ponto de vista de H. H. é apresentado. Demorei uma eternidade pra terminar, porque, sinceramente, acho que ninguém conseguiria ler esse livro rápido demais sem querer queimar os próprios olhos.
A forma pomposa que o H. H fala, é muito irritante, a maneira com que ele se acha superior a todo mundo é um tanto desgastante, e, sem contar as alucinações e desejos que ele tem pela Dolores.
A descrição que ele faz da Lo, é uma coisa tão inescrupulosa, que eu precisava fechar o livro de 5 em 5 minutos, só pra respirar fundo. Cada vez que eu lia a palavra "ninfeta", era -1 de sanidade na minha saúde mental. E quando ele começou a dizer que a Dolores estava o seduzindo, soube que aquele era o homem, que se existisse, eu meteria uma tijolada na cabeça dele.
Li só pra tentar fazer uma análise do personagem, e terminei com vontade de arrancar meus olhos e queimar meus neurônios pra esquecer de tudo isso.
A falsa moralidade que o personagem diz que segue é ridícula e todas as justificativas literárias ou reais que ele usa pra tentar abafar suas ações, são patéticas.
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andreass-kun 20/06/2024

VAI CATAR COQUINHO H.H
Tem que ter muito estômago pra esse daqui ó. Adiei que só, mas tava me dando pena de ver o livro largado no armário. Resolvi ler e foi incômodo do início ao fim. Mas gostei (eu acho).
Mireille 20/06/2024minha estante
???




Tiago.Cecconello 12/05/2023

Quem é a vítima? Humbert ou Lolita?
Lolita é um livro que gera muitas polêmicas por causa da temática da pedofilia, que se tornou um tabu na sociedade moderna. Essa polêmica barata eu deixo para os moralistas de plantão, que não conseguem perceber a profundidade e a importância filosófica de uma obra.

Tratar a obra de arte de Nabokov como um simples relato doentio de um homem é um crime. Se o autor quisesse simplesmente criar uma obra polêmica para vender e ganhar dinheiro, não colocaria tanta profundidade psicológica e simbólica em seu texto.

Vou citar apenas 3 tópicos, com breves comentários, que aparecem no livro e que provam que ele é uma obra de arte riquíssima da literatura mundial. Quem está preso ao moralismo barato e não estiver disposto a debater essa questão de forma filosófica e mais profunda, NÃO LEIA!

1. O debate social sobre o pedófilo como um ser humano e uma pessoa que precisa de ajuda

É visível que Nabokov reivindica direitos humanos para os pedófilos, sendo contra a pena de morte. Ele nos faz entrar na mente do pedófilo e mostra que ela não é apenas permeada de maldade, mas de sentimentos humanos. H.H é um homem com uma psicopatologia. É importante lembrar que ninguém escolhe ser pedófilo. A pessoa já nasce com essa atração por corpos infantilizados, como o livro deixa bem claro. E sentir atração por crianças não é um crime, é uma psicopatologia. O crime se configura quando essa atração é consumada (como no caso Humbert). Ou seja, Humbert é um pedófilo criminoso, mas nem todo pedófilo é criminoso. Cabe a sociedade encontrar formas de diagnosticar e tratar essas pessoas que não escolheram ser assim.

2. Não somos bons selvagens

O grande filósofo Rousseau lançou o conceito de “bom selvagem”. Segundo ele, o ser humano era inerentemente bom e feliz antes de ser corrompido pela sociedade. Nós, pós-modernos, tendemos a achar que as crianças são seres ingênuos e sem malícias. Porém, já está comprovado cientificamente que a criança, desde cedo, tem comportamentos sexuais. Afinal, todos somos uma máquina biológica construída para se reproduzir. A própria menarca das garotas acontece cedo, e sociedade antigas, e algumas atuais, não tinham o tabu da pedofilia, permitindo casamentos entre crianças e adultos. Não quero entrar na questão moral se isso é certo ou errado, mas o autor faz claramente uma crítica à ideia de “bom selvagem” de Rosseau, colocando H.H também como vítima de uma Lolita ardilosa e sexual, que sabia bem o que queria. E quem não conhece pré-adolescentes que se apaixonam por professores, astros de cinema, artistas de música? Não podemos negar que o florescimento sexual acontece cedo. Também podemos encontrar uma questão psicanalítica na obra: o próprio relacionamento da filha com a sua mãe invejosa e dominadora, disputando H.H, mostra um certo complexo de Electra nessa relação.

3. O softpower da América seduzindo a Europa

É importante lembrar que o autor é russo, mas se mudou para os Estados Unidos. Lolita foi escrito no idioma inglês. A relação de Lolita (uma jovem garota americana sedutora e moderna) com Humbert (um homem de meia idade caretão europeu) pode representar a própria sedução que o autor sofreu pela cultura, língua e modo de vida americano.

De tal forma que o livro pode ser interpretado como a força que o softpower americano, do novo mundo, exerce no velho mundo. E isso, de fato, ocorreu muito na época em que o livro foi escrito. O American Dream seduziu muitas pessoas. Esse país jovem, extremamente liberal e capitalista, seduziu muitos europeus.

A relação do autor com Lolita seria a fusão de culturas. Talvez por isso, a linguagem do livro não seja chula. A linguagem é elegante, e as cenas com sexo são descritas de maneira poética e suave.

***

Para finalizar, essa resenha que não é uma resenha, mas apenas um texto com comentários, moralmente sou contra pedofilia, mas consigo, durante uma análise filosófica, libertar-me dos grilhões moralistas e enxergar a profundidade e genialidade de uma obra, mesmo que ela tenha um assunto tão complexo e pesado.
Lorena 12/05/2023minha estante
um dos melhores livros que já li na vida!


Tiago.Cecconello 12/05/2023minha estante
É espetacular mesmo. A leitura flui de uma maneira leve, apesar de o tema ser pesado. É incrível!


Alê | @alexandrejjr 15/05/2023minha estante
Belíssima análise, Tiago. Parabéns pelo texto!


Alex64 16/05/2023minha estante
Eu nunca li algo tão horrível como essa resenha. Pedófilos merecem direitos? E como fica as vítimas? " ser pedófilo não é crime", é sim.


Tiago.Cecconello 17/05/2023minha estante
Pedofilia não é crime. Estude.




taisallc 03/08/2021

minha opinião sobre lolita livro/filme
Na minha opinião nabokov foi muito inteligente (até genial) em apenas mostrar o ponto de vista do humbert, pois o jeito detalhado, com duplo sentido em suas palavras e ate ligado ao passado como as cenas eram descritas faz o leitor duvidar de se mesmo e de tudo a cada linha.Esta narrativa faz o leitor pensar duas vezes a cada parágrafo lido, o estimula a pensar, a buscar pistas, respostas, investigar, entender o que está acontecendo e tentar ao menos entender o porquê dele ser esse maníaco pedófilo que é obcecado por uma pobre criança, talvez, devido a sua experiência sexual e romântica na pré-adolescência.Assim no livro existe uma história intrigante, horrível, interessante, nojenta e bem feita porem no filme é apenas uma história sobre pedofilia.

obs: nabokov nao espera que vc simpatize com humbert ou ache ele bonito pois este nao é o seu papel
Malu.Vilalta 03/08/2021minha estante
finalmente alguém q concorda cmg. Tem gente q reduz o livro a um velho nojento




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Dem 19/11/2021

Pesado e estranho!
Não consigo avaliar direito a leitura que fiz desse livro. É pesado e estranho ao mesmo tempo. Não consegui entender o que o autor queria passar com essa história mas, terminei assim mesmo. Não é um livro pra qualquer um, tem muita coisa bizarra! Vou dar 3 estrelas pela coragem do autor em contar um história assim, mesmo que seja fictícia!
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Caroline Gurgel 01/09/2014

É errado amar, mesmo que seja errado?


Antes de ler esse livro eu só sabia que Lolita era uma polêmica história de um homem de meia idade que se apaixonava por uma adolescente - ou melhor, por uma ninfeta - e nada mais. Temi iniciá-lo pois as palavras amor e pedofilia na mesma frase já me dava náuseas. No entanto, em um daqueles momentos que todo leitor ávido tem de procurar diversas listas de "melhores livros do século" ou "1001 livros para se ler antes de morrer", notei que Lolita aparecia em todas. Em todas! E, claro, pensei, por que não?

Devo, antes, dizer que li umas 80 páginas e parei a leitura, interrompendo-a por um ou dois meses. Digo isso para encorajar os que fizeram o mesmo, ainda que sem motivo, como eu. Sugiro, ainda, que não retomem de onde pararam, mas que a reiniciem com novo frescor. Valeu cada palavra.

Humbert Humbert é um professor de literatura perto dos seus quarenta anos que se muda para a pequena Ramsdale para escrever um livro. Aluga um quarto na casa de Charlotte Haze, mãe de Dolores - Dolly, Lola, Lo, Lolita - a ninfeta de 12 anos por quem Humbert se apaixona perdidamente. Per.di.da.men.te!

Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre.

O primeiro amor de Humbert foi uma garota de 12 anos, Annabel, quando ele ainda era adolescente. Ela morreu quatro meses após o início da tórrida paixão juvenil, e por isso ele tenta nos convencer de que sua obsessão por ninfetas é, de certa forma, uma busca pela Annabel perdida. Humbert casa-se com Valeria, em uma tentativa frustrada de acabar com sua obsessão por ninfetas, mas Valeria também morre! E é após esses acontecimentos que nosso narrador muda-se para Ramsdale.

A narrativa é em primeira pessoa pelo que é chamado de narrador não confiável, uma vez que Humbert conta-nos o que lhe convém, muitas vezes (ou sempre) tentando convencer-nos de suas boas intenções.

O que você deve saber - que eu não sabia - é que o narrador vai lhe manipular e, por vezes (por muitas vezes!), vai lhe fazer acreditar em cada linha que ele escreve. Julguem-me: eu não vejo o Humbert Humbert como um pedófilo pervertido, vejo-o como um homem que enlouqueceu de amor. Percebe como esse livro pregou uma peça em mim?

Não há como negar que o que Humbert sente por Lolita é amor. Um amor ilícito, mas amor; doentio, obsessivo, ainda assim, amor; possessivo, egoísta, mas amor. Apaixona-se por ela desde a primeira vez que a vê e pretende manter esse amor para si. Bem, assim ele o diz. Convence-nos de que Lolita sempre lhe provocou, que a atração era mútua e de que foi ela quem tomou todas as iniciativas.

"Senhoras e senhores do júri, não fui seu primeiro amante."

É uma leitura perturbadora, mas não me foi nauseante. A escrita é tão incrível que burlou meus pensamentos e me deixou boquiaberta aplaudindo de pé. A adjetivação contida nessas páginas é de fazer qualquer um babar, é inacreditável a capacidade de Nabokov com as palavras. Quantas vezes ele descreveu Lolita? Inúmeras! E todas únicas e fantásticas. A narrativa é rica, poética, meio hipnotizante, de uma estética encantadora.

Apesar de tudo, os personagens são extremamente irritantes, mesmo a "doce" Lolita, o que não deu brechas para que eu tivesse piedade dela. Mesmo diante dos favores sexuais exigidos pelo Humbert Humbert em troca de algumas moedas ou concessões, não consegui convencer-me completamente de sua inocência. Lembrem-se, foi o Sr. Humbert quem me contou a história!

É engraçado que há uma outra figura, Clare Quilty, e este sim é um pedófilo pervertido que dá nojo. Mais uma jogada de Nabokov?

Ao término da leitura, certa ou errada, convenci-me de que Lolita não era realmente ingênua, que não foi estuprada pelo HH e que no início correspondia aos seus flertes. Não sei dizer se ela um dia o amou - ou se algum dia foi capaz de amar alguém, tendo sido tão precocemente iniciada na vida sexual. Porém, torci para ela que fosse feliz e senti pena das lágrimas do amor incondicional, maluco e intenso do obcecado Humbert.

Para quem tem medo da leitura, aviso: as cenas não são gráficas, mas é inevitável que elas se formem na sua cabeça. No entanto, a elegância da prosa é tamanha que você vai lendo e lendo... Acima de tudo, Lolita é uma obra prima da literatura e merece ser lida, degustada e apreciada. Adorei fazê-lo e recomendo de olhos fechados - mas, lembrem-se, mantenham a cabeça bem aberta!



+


Caroline Gurgel 01/09/2014minha estante
Olha, Gleidson, Humbert e Lolita me irritaram muitas vezes e tem uns trechos um tanto entediantes, mas no final das contas é excelente! Espero que você goste!


DIRCE18 05/09/2014minha estante
Oiiiiiiii!
Li Lolita há tanto tempo e confesso que não morri de amores. Sua resenha me fez até considerar a possibilidade de uma releitura. Quem sabe...
bjs


Caroline Gurgel 07/09/2014minha estante
Oi, Dirce!!!
Quando eu comecei pela primeira vez esse livro ele não me conquistou. Então parei, e quando retomei, não sei explicar porque, adorei!! Rsrs
Se der uma chance, espero que goste mais!
Bjs


Emmanuel 03/02/2015minha estante
Vc realmente nao quer enxergar porque se deixou apaixonar pelo H.H. Talvez isso seja apenas um reflexo da sua realidade, mas tomara q na vida real isso nunca aconteça com vc, sua filha ou algum parente


Caroline Gurgel 27/05/2015minha estante
Emmanuel, como assim reflexo da minha realidade?? De jeito nenhum! Nem tampouco me apaixonei pelo HH. Aliás, ele é irritante. Deixemos as loucuras na boa literatura, bem longe da realidade.


Karen581 29/01/2017minha estante
O problema é que isso não fica na literatura e o que muita gente ignora é que isso acontece todos os dias, e pessoas moralmente doentes com H.H. se safam justamente por pessoas que se deixam cativar por suas floreadas palavras e sua "história de amor e loucura".


Isabelle.Lima 02/02/2017minha estante
Como assim Lolita não era ingênua? Ela era uma CRIANÇA. E vc ficou com pena de Humbert? Oi?
Vc realmente caiu no conto, e era realmente a ideia do autor, enganar os leitores menos pensantes. O que Humbert sentia em momento algum foi amor, ele viu em Lolita a personificação de suas taras apenas. Inclusive, ele chegou a pensar em engravidá-la para abusar assim de sua filha e até de sua neta. É claro que a todo tempo ele tenta manipular a história, provar sua inocência, e pelo que vejo há leitores que se deixam levar. O que me leva a admirar ainda mais a obra e Nabokov, já que alcançou seus fins com maestria. Mas me sinto amedrontada ao perceber que na vida real a situação é deveras comum e as reações são idênticas. "Mas ela não era ingênua" "Foi ela que o seduziu" Argh


Isabelle.Lima 02/02/2017minha estante
Aliás, "O fato dela "dormir quase toda noite chorando", as próprias descrições da "melancolia, tristeza e imobilidade" da Lolita nos "momentos de prazer" era um indício bastante forte de que tratava-se de uma relação de abuso psicológico e sexual." como li numa resenha aqui exemplificam bem a questão, a garota foi estuprada e molestada não apenas no corpo, mas em sua mente. Não tem jeito de defender Humbert sendo possuidor de ao menos um neurônio.


David 13/08/2017minha estante
Resenha inteligente e sincera. Dei valor!


Mara Celi 11/02/2020minha estante
Você é ótima... Adoro suas resenhas!


Janduir.Filho 07/09/2021minha estante
Depois de ler por aqui muitas resenhas negativas de quem leu a obra e analisou o caso como algo pessoal, sua resenha despertou e estimulou a leitura. Assim cada um pode tirar suas próprias conclusões do livro. Muitos não sabem avaliar e interpretar uma obra literária, para isso é necessário amadurecimento emocional e intelectual. Grato pela resenha.




Thalini.Vieira 08/11/2023

Repulsivo
Tentei ler este livro anos atrás mas simplesmente não consegui terminar. Agora retomei e concluí a leitura. A escrita é meio arrastada, o autor enche de detalhes desnecessários, mas o contexto é repulsivo, sempre quis entender a mente de um pedófilo e homens que sentem atração por adolescentes, e aqui é narrado de forma explícita. A forma como o personagem descreve a sua preferência, o abuso mascarado em forma de cuidado, é nojento demais, impossível não sentir pena da Dolores e do fim que ela teve, descreve a realidade de muitas meninas que são condicionadas a isso tão cedo.
Larissa 08/11/2023minha estante
admiro a coragem de fazer essa leitura, vi acho que papo de 30 min do filme e não aguentei




Kess 02/04/2021

Leitura incômoda com narrativa impecável
Li Lolita pela primeira vez há mais ou menos 10 anos. Uma leitura incômoda e indigesta. Lolita, um clássico. Então, decidi reler: Algumas vezes cogitei pular as páginas por despertar sentimentos de raiva e repulsa. Humbert é um homem pervertido, maníaco e poético que em sua mente distorce Dolores (uma menina) em sua "Lolita" (obsessão).
Queria reler a obra para entender como um livro de assunto polêmico e grotesco virou um clássico? A resposta é a seguinte: a narrativa é extremamente impecável.
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ACarolinneUs5 11/09/2017

H.H. Acreditar ou não acreditar?
Vou começar dizendo o motivo desse livro ser polêmico: não é apenas por se tratar de um caso de pedofilia, mas, também, por ele ter uma narrativa incrível porém pouco confiável, ou seja, o livro acaba nos deixando confusos. Portanto, eu dividi minhas impressões em duas, conforme a confiabilidade. Provavelmente contarei spoilers.

NÃO ACREDITANDO NO HUMBERT

Devido ao livro ser escrito em primeira pessoa pelo próprio pedófilo, não podemos confiar plenamente em tudo que ele narra. Mas essa é a parte fácil, já que ele mesmo se contradiz em alguns momentos ou narra algo confessando que mudou algumas palavras (e quem sabe toda a frase dita ou até o parágrafo inteiro).
Vamos ao princípio.
Humbert, de início, não está procurando por relacionamentos (ele procura por um quarto para alugar), mas se apaixona por Lolita assim que a vê, pois se lembra de uma paixão que teve na adolescência e logo busca formas de ficar próximo à garota. H.H. aluga o quarto que a casa de Lolita oferecia e passa a fazer parte da rotina dela com a mãe, Charlotte (uma viúva rica) e H.H. jura que Lolita dá mole pra ele. A mãe de Lolly começa a se apaixonar por Humbert e devido à uma proposta oferecida por ela (Humbert viu nesta a alternativa de ficar ainda mais próximo de Lolly) os dois se casam enquanto Lolita está em um acampamento de férias.
Após uma discussão com Humbert, Charlotte sai da casa, é atropelada e acaba morrendo. Humbert finge o luto e vê que a oportunidade que ele queria, chegou. Busca Lolita no acampamento e os dois começam uma imensa rota de viagens. Até aqui, nada de mais. Porém, quando as viagens se iniciam, Humbert começa a se aproximar mais de Lolita e, então, começa a confusão na narrativa.
É impossível saber se o que ele falou de Lolita não ser mais virgem é verdade, pois ele poderia estar se encobrindo, para não confessar que a estuprou. Não podemos descobrir se ele fala com Lolita da forma como narra para nós leitores, portanto, não sabemos que tratamento Lolita recebia dele, se ele a batia, se ele a estuprava toda vez que queria sexo, se ele gritava com ela e se a machucava.
O restante do livro continua sempre com essa confusão até que Lolita foge. Humbert não consegue encontrá-la e acaba desistindo (quem sabe) e chega até a se relacionar com uma outra mulher (ou ele falou que sim apenas para não confessar que estava obcecado com a busca de Lolly). Até que um dia ele recebe uma carta de Lolita, esta casada e grávida, lhe pedindo ajuda financeira. Prontamente, Humbert vai atrás dela (achando que Lolita havia se casado com o cara que a ajudou a fugir) através da cidade remetente da carta, buscando vingança contra o tal homem. Porém, quando chega lá, vê que Lolita casou-se com um rapaz "normal", H.H. lhe dá 4 mil dólares (Lolita havia pedido por 300). Não sendo o que Humbert imaginava, ele desiste (?) de matar o marido de Lolita e pede o nome do cara que ajudou Lolly a fugir. Ela lhe diz o nome e Humbert faz uma última pergunta, se ela algum dia ainda voltaria pra ele. Ela responde que não (que preferiria voltar para o cara que ajudou ela do que pra ele, ou então Humbert escreveu isso pra dizer que não foi o único pedófilo a tê-la), ele lhe dá um abraço e sai triste (ou talvez deu-lhe um tiro e foi embora, kkk). Humbert mata o "ajudante" de Lolita e o finalzinho do livro não é tão relevante assim pra essa minha opinião.

ACREDITANDO NO HUMBERT

Se acreditarmos em tudo que Humbert narra, podemos tirar outras conclusões.
Lolita (12 anos) é uma adolescente nem um pouco pura, desde o início da estadia de Humbert na casa dela ela sempre procurava uma brecha para vê-lo, falar com ele e fazer joguinhos de duplo sentido. Humbert fica com Lolita após buscá-la do acampamento, onde Lolly diz ter tirado a virgindade com um rapaz (que também tirou a virgindade de uma amiga sua) que fazia coisas inimagináveis.
Os anos vão se passando e Lolita está cada vez de saco mais cheio de Humbert, que com o passar do tempo fica mais apaixonado por ela e com ciúmes extremos. Humbert via garotos darem em cima dela e ficava puto com isso pois ela agia com os eles assim como agia com ele. Humbert, durante todas as viagens que fizeram, sempre cumpriu todos os desejos de Lolita, mimando-a, comprando tudo que ela queria e ficando nos hotéis e motéis de sua preferência.
O homem que ajuda Lolita a ir embora também é pedófilo, e Lolly escolhe deixá-lo pois não aceitou sua proposta de fazer orgias, ela o queria apenas para si. Quando Lolita engravida e começa a ter dificuldades financeiras, logo manda uma carta para Humbert, pois sabia que ele ainda era louco por ela e faria o que ela pedisse. Humbert chega na casa dela, pergunta o motivo dela tê-lo deixado e se ela não queria largar tudo para ficar com ele novamente. Calmamente Lolita diz que quer viver com o marido e ela e H.H. se resolvem pacificamente, com Humbert lhe dando bastante dinheiro, lhe desejando felicidades naquilo que ela escolheu e saindo para cumprir a sua vingança interna.

CONCLUSÃO

Acho que não dá pra confiar num pedófilo, ele pode manipular tudo para que vejamos apenas o que ele quer. Mas também não dá pra acreditar que ele tenha inventado tudo apenas para não ser taxado de filho da p*ta mais que o necessário...
É um livro polêmico? Sim, mas dependendo se você acredita nele ou não se torna menos polêmico. Agora confuso, isso ele é também, hahaha.
Mas uma coisa é certa, é um baita de um livro, e não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade de Nabokov.
rebeccavs 23/10/2019minha estante
Tua resenha é incrível, baseada não só em único ponto de vista, complementou e deixou explícitos aspectos muito importantes da obra.


Micky 07/02/2020minha estante
Complicado entender hehe


ACarolinneUs5 14/02/2020minha estante
Hehehe, obrigada Rebecca.




Jônatas Rafael Garpin 29/10/2021

O livro é narrado pelo Humbert Humbert, que tem aproximadamente quarentena anos, e que se apaixona pela Dolores Haze de doze anos a quem ele chama de Lolita. Ele se casa com a viúva mãe de Lolita que após a sua morte ele vê então a chance de se aproximar da garota a levando para viajar pelo país e fazendo todos os seus caprichos de menina mimada, no livro ele fala que foi ela quem teve a iniciativa de começar tudo e que já não era mais virgem, porém como eu já falei antes, não sabemos se ele fala a verdade. Já no início também sabemos que todos citados no livro Já estão mortos, e que estamos lendo o depoimento do Humbert Humbert para o tribunal. Vale também falar que o livro tem partes eróticas que por mais que o Humbert não use uma linguagem pesada, sabemos do que se trata. E que diferente do que muitos pensam, esse livro não conta uma história de amor, porque estamos falando de um homem com mais de quarenta anos e uma criança de 12. Será que ele foi preso por pedofilia ou por outro crime?

Esse é o pior livro que li esse ano, eu entendo todos os motivos que levam as pessoas a gostarem, só que eu particularmente só li até o final para saber o motivo do personagem estar preso. O assunto tratado é bem polêmico que é sobre pedofilia e incesto, só que eu achei a história muito chata e com coisas desnecessárias, os personagens são chatos, e a Lolita é insuportável. Se pegar só as partes essenciais e tirar todos os detalhes eu acredito que o livro ficaria bem melhor, como não é o caso, eu deu meia estrela. Assumo que a escrita é boa e que o fato do livro ser narrado pelo pedofilia e não saber se ele fala a verdade ou não, é muito boa, porém a história ainda sim é chata e não funcionou pra mim.
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Pedróviz 29/05/2018

Não recomendo a leitura
Um indivíduo visivelmente enquadrável na categoria dos sociopatas, vive às voltas com internações em manicômios. Um dia, esse indivíduo, por força do detino, encontra a menina e a tia que moram juntas. O absurdo do enredo faz com que a menina fique órfã - sua mãe morre de um modo brutal - e aos cuidados não oficiais desse indivíduo, sem o conhecimento de qualquer pessoa. O homem leva a ninfeta a viajar pelos EUA, sem estudo, mimando-a, e fazendo-a de amante. Os detalhes não faltam e o autor é desses que não se furtam a se mostrar sensíveis através de uma escrita repleta de citações em francês. A obra consiste num relato a uma entidade judicicial, pois aparentemente ele conta memórias do que se passou para os autos do processo. Em todo o caso, dado o conteúdo, a empolação do réu e por se tratar de um assunto que somente poderia mesmo interessar a pedófilos, me desinteressei na metade da obra. Há quem diga que arte é arte, que tudo vale em nome da arte, que tudo se relativiza em nome da arte. Não acredito nisso. Não recomendo a leitura de Lolita.
@ALeituradeHoje 31/07/2018minha estante
Concordo plenamente... grotesco, repulsivo. Não consegui seguir com a leitura. Não há qualidade técnica que justifique romantizar a pedofilia e querer em algum momento colocar a culpa na criança por ter "seduzido" o personagem. Nojento...


LarissaEndil 22/09/2020minha estante
Pedro, penso exatamente assim, nunca li Lolita porquê tentei começar uma vez e me senti enojada, realmente não sei como tanta gente pode amar esse livro. Ótima reflexão!


Pedróviz 22/09/2020minha estante
Penso que muita gente lê por curiosidade mórbida, pois sabem de antemão o que vão encontrar. É uma característica humana.


Joel.Martins 22/09/2020minha estante
Bom saber. Vlw, Pedro!


Pedróviz 22/09/2020minha estante
Não quero parecer um queima-livros kkk


Joel.Martins 22/09/2020minha estante
Não mesmo. Foi uma dica, e pelo contexto avalio q não vou gostar também. A obra até pode ser boa, mas o assunto não me agradou. Vlw


Pedróviz 23/09/2020minha estante
Blz!


Luana:) 24/09/2021minha estante
Concordo plenamente. Comecei a ler devido a esse livro ser muito famoso, mas não consegui continuar a leitura e parei na metade.


Pedróviz 24/09/2021minha estante
É o tipo de livro para curiosos mórbidos, Luana. Para não dizer coisa pior.




Danda7 15/01/2023

Lolita
Vamos lá, lolita. Coloquei q o livro é ruim pq é problemático. Não tenho cabeça pra ler aquilo e é doentio, o livro realmente aborda de assuntos inusitados e se vc acha o filme chocante vc nunca leu o livro.
Luiza 15/01/2023minha estante
tenho vontade de ler o livro pra formar uma opinião sobre, mas o filme já é pesadíssimo pra mim, tanto que nunca consegui assistir e se o livro é ainda pior, então...




Fer Paimel 13/04/2021

Intenso
Esse é um clássico do qual sempre ouvi falar muito e tinha curiosidade em ler. Não me arrependo da leitura, embora não queira reler a obra.
A precisão com que Nabokov descreveu os sentimentos e sensações do narrador causaram mal estar em mim, até certa sensação de sufoco. Senti vontade de desistir, enquanto lia, mas fico contente de ter encarado esse desafio até seu fim. Digo desafio não pelo tamanho do livro, mas por seu conteúdo um pouco asqueroso e enjoativo.
Não achei um final muito bom, o que refletiu na minha nota. A repetição também me fez ficar um pouco cansada de ler sobre os devaneios de Humbert...
Enfim, me marcou, mas não recomendaria para qualquer um...
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