Alesson0 25/04/2015
“O Guarani” (editora: Martin Claret, 324 páginas, autor: José de Alencar, 3ª edição, lugar e data de publicação: São Paulo, 2008), conta a história do índio Peri e a sua interação com a família de D. Antônio Mariz. José de Alencar, faz parte da 1ª geração do Romantismo, no qual tentou ressaltar o movimento indianista e a nacionalização do Brasil. Nasceu em Mecejana – CE e sempre quis representar sua terra, por meio de seus romances. Entre algumas de suas obras temos: Iracema (1865), Senhora (1875) e Guerra dos mascates (1873). Tudo se passa por volta do século XVII, no interior do Rio de Janeiro. D. Antônio Mariz, era o proprietário de uma casa que ficava na Serra dos Órgãos e lá vivia com sua família. Aos arredores de sua casa, também moravam camponeses e aventureiros, nos quais obedeciam-no com respeito. A maior destaque do livro, remente a dois personagens principais: o índio Peri e a bela Cecília. O primeiro é visto como grande herói, capaz de fazer tudo para proteger a formosa filha do D. Antônio, Cecília. O carinho pela menina é tão grande, que ele lhe dera o apelido de Ceci. Esta por sua vez, tem a beleza e graciosidade a seu favor, fazendo-a ser alvo de alguns acontecimentos futuros. Como todo romance, um vilão não poderia faltar. O personagem tem como nome Loredano, antigo frei, italiano, ambicioso, que vive a procura das minas de prata, além da captura da já citada Cecília, a quem ele tem enorme desejo de possui-la. D. Antônio tem enorme gratidão a Peri, por ter salvado sua filha de vários perigos. O índio acredita que Ceci, é uma santa, no qual ele tem que proteger com sua vida, não importando o que faça, mesmo encarando a morte de frente. Também existe Álvaro, pessoa de inteira confiada de D. Antônio, que o auxiliava em várias tarefas, que é apaixonado por apaixonado por Cecília. Certo dia, D. Diogo, filho de D. Antônio, em um de suas expedições, mata por acidente uma índia da tribo Aimoré. Esta por sua vez, além de ser inimiga da tribo de Peri, ficou sabendo do ocorrido, e ficou sedenta de sangue, querendo guerra. Enquanto isso, Loredano articulava seus planos para dominar as minas de prata, e disseminava isso a alguns mercenários, assim para aumentar seu exército. Certo dia, os aimorés começaram a atacar a propriedade do D. Antônio. Isso desencadeou umas séries de acontecimentos trágicos. Entre os personagens, podemos citar: Lauriana, esposa do D. Antônio, que tinha muita afeição pela religião; D. Diogo Mariz, e Cecília, filhos legítimos e Isabel, filha bastarda, morena e bem sensual. O que é mais interessante é o amor visto de três formas diferentes: o amor de Loredano, aquele amor de desejo e pela carne; a de Álvaro, o amor verdadeiro e o de Peri, um amor de exaltação, divino. O mais curioso do livro, é a dedicação que Peri, tem por manter a harmonia de sua dona. Ele praticamente vive em função de Ceci e seu bem estar. Até abandonou sua tribo, para viver próximo dela. A heroísmo dele, também é muito bem ressaltado, como se ele fosse invencível, e nos piores momentos encontrasse forças para combater o mal, que ameaçasse sua dona. O romance é excepcional, com ricos detalhes da natureza e dos feitos indígenas. Linguagem fácil, e história envolvente.