spoiler visualizarAle245 02/11/2020
Interesse e narcisismo
Quincas Borba é um filósofo que iria se casar com a irmã de Rubião. Ela falece, Quincas Borba adoece e Rubião se torna seu amigo e enfermeiro.
Quincas Borba fala de sua teoria, o humanitismo, uma sátira do darwinismo social: "ao vencedor, as batatas!".
Quando ele morre, enlouquecido, no Rio de Janeiro, deixa toda sua herança para Rubião, com a condição de que ele cuide do cachorro também chamado Quincas Borba.
Rubião se muda de Barbacena (MG) para o Rio do Segundo Reinado. No trem a caminho, revela sua herança para um casal, que "gruda" nele desde então.
Ele se apaixona pela moça, Sofia. É interessante como ela, mesmo não querendo saber de Rubião, hesita ao casá-lo com a prima. Machado fala do desejo de não querer entregar aquilo que não se quer possuir.
Essa prima, por sua vez, acaba se casando com Carlos Maria, outro narcisista como Sofia, que fez com Sofia um pouco do que ela fez com Rubião.
Cristiano Palha, marido de Sofia, enriquece em negócios com o dinheiro de Rubião. Enquanto isso, Rubião gasta todo seu dinheiro inconsequentemente, apesar dos avisos de Palha.
Sofia, depois de enriquecer e se mudar, corta relações com parentes mais pobres, ao mesmo passo que Palha adora exibir a beleza da mulher, desejando sempre causar inveja em outros homens.
No final, Rubião, que era sempre caridoso, acaba abandonado em sua loucura. Acredita ser Napoleão III. Os amigos que jantavam em sua casa todos os dias desaparecem.
A pedido de Dona Fernanda, Palha coloca Rubião no hospício. Depois de certo período, Rubião afirma estar bem e pede o restante de seu dinheiro. Palha entrega e Rubião volta para Barbacena, onde morre louco. Três dias depois o cachorro também morre.
Livro bom, cheio de ironia e pessimismo, marca do realismo machadiano. Um mergulho na psique de uma elite em ascensão, representada pelos Palha.