ReiFi 22/11/2010
Quincas Borba - Machado de Assis
Terminei…
Mas dessa vez sem muita empolgação – embora o livro seja ótimo e inteligentíssimo (eu não precisava escrever isso, pois a história já provou o seu valor e blá, blá, blá, blá….).
Na trama Pedro Rubião de Alvarenga, ex-professor – e agora capitalista -, torna-se enfermeiro e amigo do filósofo Quincas Borba, que acaba por falecer na casa de Brás Cubas (sim, as histórias estão interligadas). Como resultado de uma amizade sem nenhum interesse aparente, Borba nomeia Rubião como o seu herdeiro universal, sob a condição de manter com todo amor e carinho o seu cachorro, de mesmo nome, Quincas Borba.
Com muito dinheiro e muitos planos na cabeça, Rubião decide partir para o Rio de Janeiro e, no percurso, termina por conhecer o ambicioso Cristiano de Almeida e Palha, e a sua apaixonante esposa, Sofia. Como resultado desse encontro, Rubião fica perdidamente apaixonado pela mulher de Cristiano. Praticamente irracional (o amor deve fazer isso em alguns casos), Rubião termina por assumir, perante a própria Sofia, o seu amor incondicional. Mas frustrando as suas inocentes expectativas, Sofia recusa o seu pedido, embora continue dando esperanças – vazias -, ao embasbacado e sentimental ex-docente. Não satisfeita com as brincadeiras sentimentais, Sofia conta ao marido a suposta investida realizada pelo Rubião. Cristiano, por sua vez, apesar de sua indignação, continua as suas relações com Rubião, pois pretende “levar” a fortuna do herdeiro universal, além de transformá-lo em um forte candidato político.
Como resultado da inércia e brincadeiras pensadas friamente por Sofia, aos poucos Rubião começa a despertar a loucura interior e reprimida. Loucura essa explorada por várias pessoas, principalmente Palha e Sofia. Rubião termina por… assim como o seu cachorro.
No início do texto escrevi sobre a não empolgação quanto ao livro, e isso aconteceu porque simplesmente eu não me identifiquei com as personagens, e nem com as problemáticas pensadas pelo autor. Procuro e gosto de identificar-me com as personagens e seus problemas (vejam, por exemplo, como volta e meia cito Contraponto e Crime e Castigo, livros que me causaram e causam um estado de felicidade espiritual e intelectual).
Apesar de não gostar da trama, e não sentir nenhum tipo de afinidade com as personagens (na verdade gostei do aproveitador Claudio, porque ele realmente age dessa forma do início ao fim do livro), fiquei muito surpreso com o estilo narrativo empregado na obra – vejam como ele “brinca” com personagens e frases bíblicas e com Hamlet, de Shakespeare. Além disso, Machado de Assis assume a postura de escritor/narrador, afirmação essa comprovada na seguinte passagem: “Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora, em Barbacena”.
Um romance que mostra a caminhada de um homem à loucura. Um bom livro que não me cativou.
Para saber mais acesse: Terminei…
Mas dessa vez sem muita empolgação – embora o livro seja ótimo e inteligentíssimo (eu não precisava escrever isso, pois a história já provou o seu valor e blá, blá, blá, blá….).
Na trama Pedro Rubião de Alvarenga, ex-professor – e agora capitalista -, torna-se enfermeiro e amigo do filósofo Quincas Borba, que acaba por falecer na casa de Brás Cubas (sim, as histórias estão interligadas). Como resultado de uma amizade sem nenhum interesse aparente, Borba nomeia Rubião como o seu herdeiro universal, sob a condição de manter com todo amor e carinho o seu cachorro, de mesmo nome, Quincas Borba.
Com muito dinheiro e muitos planos na cabeça, Rubião decide partir para o Rio de Janeiro e, no percurso, termina por conhecer o ambicioso Cristiano de Almeida e Palha, e a sua apaixonante esposa, Sofia. Como resultado desse encontro, Rubião fica perdidamente apaixonado pela mulher de Cristiano. Praticamente irracional (o amor deve fazer isso em alguns casos), Rubião termina por assumir, perante a própria Sofia, o seu amor incondicional. Mas frustrando as suas inocentes expectativas, Sofia recusa o seu pedido, embora continue dando esperanças – vazias -, ao embasbacado e sentimental ex-docente. Não satisfeita com as brincadeiras sentimentais, Sofia conta ao marido a suposta investida realizada pelo Rubião. Cristiano, por sua vez, apesar de sua indignação, continua as suas relações com Rubião, pois pretende “levar” a fortuna do herdeiro universal, além de transformá-lo em um forte candidato político.
Como resultado da inércia e brincadeiras pensadas friamente por Sofia, aos poucos Rubião começa a despertar a loucura interior e reprimida. Loucura essa explorada por várias pessoas, principalmente Palha e Sofia. Rubião termina por… assim como o seu cachorro.
No início do texto escrevi sobre a não empolgação quanto ao livro, e isso aconteceu porque simplesmente eu não me identifiquei com as personagens, e nem com as problemáticas pensadas pelo autor. Procuro e gosto de identificar-me com as personagens e seus problemas (vejam, por exemplo, como volta e meia cito Contraponto e Crime e Castigo, livros que me causaram e causam um estado de felicidade espiritual e intelectual).
Apesar de não gostar da trama, e não sentir nenhum tipo de afinidade com as personagens (na verdade gostei do aproveitador Claudio, porque ele realmente age dessa forma do início ao fim do livro), fiquei muito surpreso com o estilo narrativo empregado na obra – vejam como ele “brinca” com personagens e frases bíblicas e com Hamlet, de Shakespeare. Além disso, Machado de Assis assume a postura de escritor/narrador, afirmação essa comprovada na seguinte passagem: “Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora, em Barbacena”.
Um romance que mostra a caminhada de um homem à loucura. Um bom livro que não me cativou.
Para saber mais acesse: http://catalisecritica.wordpress.com/2010/11/19/quincas-borba-machado-de-assis/