Gabriel.Pinage 09/01/2023
Werther e a juventude
Antes de mais nada, confesso que durante todo o livro me encantei com a escrita do autor. Johann Wolfgang Goethe possui, certamente, uma habilidade poética tão linda ao escrever, que é impossível não se apaixonar pela história.
A história nos é narrada através das cartas de Werther ao seu amigo Wilhelm (Guilherme). Apesar de ser uma epistolar, temos o tempo todo apenas a visão de Werther que, por ser como é, certas vezes apresenta algumas confusões em relação aos personagens. De qualquer forma, a leitura é fluida e bela, além de ser, de certa maneira, atemporal.
Agora, sobre a história em si. Werther é um todo poderoso sentimental. Ou seja, é cheio um fogoso desejo de vida. Suas paixões todas devem ser devoradas, possuídas, realizadas, e tudo aquilo que difere dessas formas, lhe causam uma dor, um horror uma profunda depressão e desespero.
Assim, na obra, Charlote (ou Carlota) é a grande vítima da paixão de Werther, que confessa a todo momento a dor em não possuí-la. Além disso, detesta todos os membros da sociedade que não são apaixonados em seu ver, mas homens dedicados apenas ao banal. Por isso, a história se passa quase toda em torno desse núcleo em que se constitui a tempestade de de sentimentos de Werther.
Claro que, ao meu ver, hoje em dia essa obra nem de perto torna-se nociva ao leitor, como era antigamente. Creio que por ser novidade, o assunto causou um certo choque na sociedade da época de Goethe, mas agora já não mais possui tal efeito. Apesar disso, de forma alguma é uma temática simples e nem de longe é tratada com alguma espetacularização, pelo contrário, a linguagem poética de Goethe reafirma a melancolia da obra e deixa claro a todo o momento o peso que ?Os sofrimentos do Jovem Werther? teve e ainda tem na história da literatura alemã.