spoiler visualizarMiguel 21/10/2024
Escrito em 1881, época em que muito da ciência acerca do estudo humano era desenvolvida, como os primórdios da psicologia, foi época também marcada pelo racionalismo e cientificismo, marcando uma tendencia de descrever tudo por números e técnicas.
Muitos artistas, diante disso, fizeram obras criticas ao movimento, defendendo a individualidade, a liberdade e as emoções e sentimentos naturais da experiencia humana. Nesse sentido, “O Alienista” aparece como uma curta novela que explora a complexidade da natureza humana, que vai além da descrição e estudo científico.
Simão Bacamarte, nobre brasileiro formado em medicina, decide por estudar a mente humana na cidade de Itaguai, criando uma casa que servirá de abrigo a todos aqueles que precisarem de cuidados especiais. Acontece que, ao definir sanidade como “perfeito equilíbrio entre todas as faculdades”, diversas pessoas com as mais leves inclinações a certos comportamentos são levadas para a Casa Verde, para tratamento.
Ocorre que a maioria da população enquadrava-se nessa definição de “insânia”, assim, em meio a revoltas, Bacamarte a inverte, considerando a loucura como o “equilíbrio da mente” e a falta de caprichos. Por fim, decide prender e estudar a si mesmo, por se considerar um exemplo de equilíbrio mental, então, loucura.
Com isso, podemos discutir como a natureza é complicada, sendo difícil definir limites entre comportamentos anômalos e um padrão para normalidade. Além disso, a própria busca desenfreada por uma definição e teria da loucura leva o cientista ao autoconfinamento , demonstrando a falta de razoabilidade de seus atos.